quinta-feira, 17 de maio de 2018

Os caminhos da Moda Inclusiva


Etiquetas em braile, cortes e costura diferenciados e adaptações criativas marcam as inovações do mercado 

Por Suzana Moura *

Um novo significado para a vida e uma maneira de promover conforto e autonomia às pessoas que possuem algum tipo de deficiência. Essa foi a motivação da estilista Silvana Louro ao criar a marca Equal Moda Inclusiva. Tudo começou com a primeira peça que desenvolveu, um uniforme adaptado para os paratletas da delegação fluminense, em outubro de 2015. A partir daí, ela ficou fascinada por esse universo.
Silvana pesquisou durante cinco anos sobre essas adaptações e fez diversos laboratórios para encontrar um tecido confortável e fresco. Depois desse projeto, ela decidiu desenhar também peças casuais. O primeiro desafio foi entender os movimentos e as limitações de cada pessoa. A estilista passou por um laboratório com um fisioterapeuta para desenvolver as peças e chegou a conclusão que a inclusão faz parte do momento onde você consegue trocar experiências.
"As roupas possuem uma confecção totalmente especial.O grande trunfo das peças são os zíperes laterais. O quadril e os joelhos que são zonas de pressão, são locais em que o corte é muito bem trabalhado, além do cós ser mais alto e a adequação da bainha", explica Silvana.
Além do diferencial do corte, as peças contam também com etiquetas em braile para pessoas que tenham deficiência visual possam saber, por exemplo, a cor da roupa que estão usando. 



Nanismo: blogueira derruba mitos

Com nanismo e hidrocefalia, e medindo 1,20 cm de altura, a modelo e blogueira Rebeca Costa é exemplo de superação. Vaidosa, Rebeca criou o blog de moda Looklittle, que surgiu com o intuito de elevar a auto-estima das pessoas com ou sem deficiência.
“Nunca deixei que me diminuíssem por causa dos meus poucos centímetros de altura. O blog foi influenciado por amigos que queriam saber como eu adaptava minhas roupas, já que nanismo sempre teve a fama de usufruir roupas infantis, e eu quero derrubar esse mito, pois precisamos ser enxergados pelo mundo da moda uma vez que o nosso maior problema na moda são braços, pernas curtas e pés pequenos, o resto, é de adulto”. conta.
Com a ajuda de sua mãe, sua maior incentivadora, a modelo elabora adaptações, como transformar blusa de meia manga em manga comprida, e dá dicas de onde conseguir sapatos da sua numeração, melhores lojas e fabricantes. Para segui-la, basta procurar @looklittle nas redes sociais.

Moda praia
Estilista de uma marca de moda praia ecofashion, com um cunho sustentável e consciente, Darling Cavalcante decidiu dar um passo adiante na criação de uma nova linha de roupas. Assim nasceu o projeto Rodas da Moda, voltado para moda praia e mulheres que possuam algum tipo de deficiência física.
"Meu objetivo é ajudar um grupo discriminado, potencializando a cidadania e consciência social, através da capacitação de pessoas com deficiência em cursos de modelo fotográfico e passarela", explica a estilista.

* Suzana Moura é jornalista com extensão em Marketing Digital e Assessoria de Imprensa e Comunicação. Está a frente do "Ainda Uso", canal de moda e comportamento consciente.




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