quarta-feira, 20 de maio de 2020

Live discute sobre novo modelo de ensino on-line em tempos de pandemia

Luiza Sassi
(foto divulgação)

Hoje é dia de Live noInstagram da Printmill, a partir das 18h. O tema será a “Educação em tempos de pandemia”. Para discorrer sobre o assunto, a empresa convidou a diretora do Gaylussac e diretora educacional da CognitaSchools no Brasil, Luiza Sassi. A mediação do encontro ficará a cargo da jornalista e escritora Verônica Oliveira, diretora da Texto & Café Comunicação e Editora.
Com a pandemia do novo coronavírus e o consequente isolamento social, a educação básica e, em alguns casos,até mesmo as universidades, tiveram que se adaptar a uma nova forma de ensinar a distância. No entanto, nem todas conseguiram se adaptar imediatamente. Inclusive, existem instituições de ensino que, em função da falta de aparato tecnológico, não conseguiram migrar para o novo sistema.
No caso do Gaylussac, a escola foi uma das primeiras em Niterói que, em menos de 48 horas, já havia disponibilizado para os alunos um “ambiente virtual” propício para dar continuidade à sua grade curricular. Apesar da aparente facilidade, disponibilizar as aulas on-line foi fruto de um trabalho em equipe de todos os professores e coordenadores pedagógicos, além, é claro, dos próprios alunos que tiveram de se adaptar ao que vem sendo chamado como o “novo normal”.
A jornalista Verônica Martins
de Oliveira (foto divulgação)
Inicialmente, nos primeiros 15 dias, as aulas on-line foram opcionais, de forma a poder garantir a adaptabilidade necessária, não somente ao aluno, como também à família que estaria acompanhando-o no ambiente doméstico. Vencida a primeira etapa, hoje alunos e professores se relacionam no ambiente virtual de forma natural e a direção do Gaylussac criou uma série de ferramentas com o objetivo de garantir a fixação do conhecimento, como, por exemplo, aulas de “tira-dúvidas” antes das provas.
Ainda é cedo para aferir o resultado da experiência, mas a opinião dos pais, de um modo geral, é que seus filhos estão conseguindo se aclimatar à essa dinâmica que garantirá que o ano letivo não seja perdido. Com relação ao retorno, a Prefeitura de Niterói já definiu que o dia 30 de junho marcará a volta às aulas. No entanto, a direção do Gaylussac, em função do cumprimento do currículo e das aulas de modo ininterrupto, decidiu pela adoção de um período de férias de 15 dias, que tem como um dos objetivos oferecer um descanso a toda comunidade envolvida.
Durante esse período, a diretora do Gaylussac destacou que será adotada uma força-tarefa com o objetivo de treinar não somente os funcionários e professores, como também os alunos e seus pais. “Criaremos canais lúdicos com as crianças de como se portar nessa nova etapa da vida na escola até tudo voltar ao normal. Retornaremos no dia 14 de julho”, afirmou Luiza. 


sexta-feira, 15 de maio de 2020

Confinamento e convívio familiar

Pesquisa foca na perspectiva feminina durante o período de isolamento

Desenhos de Gisèle Bertin
Uma pesquisa recente desenvolvida por Luciana Campos, psicopedagoga e pós-doutoranda em Ciências Sociais, em parceria com Lucy Oliveira, doutora em Psicologia Social, destaca o papelfeminino em meio ao confinamento social obrigatório vivido durante a pandemia do coronavírus. As pesquisadoras, ambas professoras do curso de Licenciatura em Pedagogia ISERJ/FAETEC realizaram um questionário on line com 1011 mulheres, que buscou investigar as modificações de base no seio familiar, e ainda verificar como o papel da mulher se apresenta nessa nova organização.
"Buscamos iniciar algumas reflexões sobre responsabilidades como cuidar dos afazeres domésticos e da criação dos filhos na maioria das vezes ficam como encargo compulsório da figura feminina. Embora as mulheres estejam atuantes no mundo do trabalho, inclusive destacando-se em vários contextos em relação ao desempenho masculino, é importante refletir em que medida estas atribuições do doméstico ao universo feminino mudaram", explicam as pesquisadoras.
A pandemia leva às famílias a viverem em confinamento, a se relacionarem obrigatoriamente em tempo total. Assim sendo, o Covid-19 devolve uma estrutura familiar antiga, nunca vivenciada na modernidade.
"As táticas de sobrevivência diante do isolamento social exigem que os grupos familiares se reestruturem diante da convivência permanente e inevitável. São mães e pais que deixam de sair para o trabalho, crianças que ficam sem creche nem escola. Não tem passeios, nem divertimento fora do lar. Devem ser recriadas novas formas de convivência e manutenção do equilíbrio emocional", afirmam as psicopedagogas.
Desenho Gisèle Bertin
Com a família full time em casa, a quantidade de afazeres domésticos se multiplica. Quase 28% das mulheres diz que realiza trabalhos domésticos maiores que o restante da família, 16,6% diz que as tarefas foram reorganizadas, mas que ainda assim trabalha mais que o (a) parceiro(a), 16,6% divide as tarefas com o (a) parceiro (a) e também com os filhos. Apenas 10% diz que as tarefas domésticas são divididas de modo justo na família.
O acompanhamento das tarefas pedagógicas, já que a maior parte das escolas continua tendo aulas online, fica em sua maioria por conta da mulher, com 34,7% e apenas 11,9% dos (das) parceiros (as) dividem igualmente esta responsabilidade.
O evento que mais preocupa as mulheres que responderam à pesquisa é relacionada à duração deste tempo de confinamento (48%), seguindo a o desemprego como a segunda preocupação (19%), 11,7% preocupam-se com o aumento do próprio estresse e ansiedade e 11,4% com a estabilidade emocional das pessoas em geral.
Outro ponto importante levantado pela pesquisa é que grande parte das mulheres notou um acréscimo no índice de ansiedade: 77,3% em contraposição a 22,7% que não verifica aumento de ansiedade.
Dra. Luciana Campos
"O estresse e a ansiedade decorrentes do confinamento aumentam, o que é preocupante. As incertezas com relação ao futuro e as mudanças que ocorreram de maneira rápida e inesperada, favorecem o quadro e acreditamos que ainda estamos em um momento de adaptação às novas exigências dessa nova forma de viver. Considerando que muitas pessoas já traziam problemas emocionais, o agravamento da situação é uma realidade", apontam as pesquisadoras.
Apesar da conjuntura, a maioria das mulheres entrevistadas (91,1%) é favorável à continuidade da medida de confinamento como estratégia de diminuição do contágio, contra 8,9% que não é favorável. 
Lucy Oliveira
Embora possa não parecer, nem tudo são mensagens de pessimismo. Vide um pequeno percentual de casais cuja relação conjugal está ótima: 11,6%, com aumento de 10,5% de encontros sexuais. Outro ponto positivo: 16% das entrevistadas mencionam uma justa divisão de tarefas domésticas e 11,9% mediam em colaboração equânime com o parceiro a vida pedagógica dos filhos.
"Cultivamos a crença de que novos arranjos conjugais estão sendo gestados. Ou seja, novos homens estão sendo estruturados lado a lado com as novas mulheres", finalizam as pesquisadoras.
O artigo e a pesquisa completa estão disponíveis na revista Metaxy, daUFRJ .


quinta-feira, 14 de maio de 2020

Coluna Musica No Ar - Maio/2020


KAKAO Figueiredo . KKO.Studio

@ O "Nikity Sunset Live" é um projeto que nasceu da necessidade de movimentar o segmento de eventos e entretenimento nesse período de isolamento na cidade de Niterói. As "lives" estão sendo transmitidas e gravadas no Espaço Barcelona na Estrada Fróes , um dos mais bonitos visuais da Baía de Guanabara. O projeto está em busca de apoiadores e patrocinadores, para assim ter verba para a produção e para os artistas. O setor cultural de eventos tem sido altamente atingido, ele foi um dos primeiros a paralisar suas atividades e provavelmente será um dos últimos a retornar, gerando enormes prejuízos, e deixando de gerar renda para muitas famílias que vivem exclusivamente desse mercado.
Com o objetivo de tornar a "live" regional, o foco é em Niterói, com intuito de valorizar nossa cidade, nossos artistas e as empresas que aqui atuam. Por isso, o projeto nasce com o nome de Nikity, apelido carinhoso dado à nossa cidade. O Sunset (pôr do sol em inglês), foi somado ao nome porque Niterói tem um dos finais de tarde mais lindos do mundo, com isso resolvemos unir a este conceito uma excelente música local, para alegrar o entardecer dos niteroienses e do mundo.
Somente com sua estréia, o projeto já envolve diretamente e dá nova esperança a sete empresas (som, luz, filmagem, led, local e músicos) niteroienses e seus respectivos funcionários.
Vamos apoiar e acompanhar os shows pelo canal do You Tube: Nikity SunsetLive. E quem quiser fazer contato, basta escrever um email para: kko.studio@gmail.com

@ A banda Foo Fighters disponibilizou na íntegra o clássico show "Skin And Bones" no YouTube. Gravada em Los Angeles (Estados Unidos) durante a turnê acústica do álbum "In Your Honor", a apresentação de 2006 conta com grandes hits da banda como My Hero, Times Like These e Best Of You, além de uma rara performance de Marigold, canção do Nirvana composta e cantada por Dave Grohl. O show chega em forma de campanha beneficente em auxílio ao combate à pandemia do novo coronavírus. Os fãs e seguidores da banda estão adorando. Vamos lá!

@Uma banda fazendo uma turnê mundial virtual ? Como é que é isso? Tempos de crise são tempos de adaptação, e o Suicide Silence parece estar bem ciente disso. A banda de deathcore entra na linha de frente da inovação durante essa crise do Coronavírus ao oferecer a primeira “turnê mundial virtual” da história.
A ideia da banda é simples: as apresentações serão filmadas profissionalmente por várias câmeras e transmitidas ao vivo para locais específicos do mundo. O controle será feito por meio de geolocalização, com ingressos sendo liberados apenas para as regiões em questão, e ainda haverá uma sessão de perguntas e respostas após os shows.
A ideia é priorizar cidades que estavam na rota dos caras inicialmente — como Nova York e Los Angeles —, mas o comunicado divulgado à imprensa (via Lambgoat) deixa claro que o objetivo é expandir o projeto ao máximo, dando esperanças aos fãs brasileiros. Além dos shows, será possível encomendar produtos exclusivos de cada performance.
As apresentações ainda não foram anunciadas, mas espera-se que as datas sejam a partir de junho e que os avisos sejam feitos com algumas semanas de antecedência. Os anúncios devem ocorrer pelo Instagram da banda. Enquanto isso, você pode curtir os caras no Youtube, com shows antigos. Já stamos aguardando a confirmação dos shows virtuais no Brasil.
@ Milton Nascimento participa de live com Elvis Costello, Sheryl Crow e mais. Uma das maiores lendas vivas da música brasileira, Milton Nascimento deu as caras durante a pandemia por uma boa causa.
Ele participou do The New Gig, uma iniciativa da Fundação de Jazz daAmérica que busca ajudar pessoas que vivem da arte e estão tendo suas rendas afetadas diretamente pela situação do novo Coronavírus. As contribuições dos espectadores irão ser somadas às da Fundação no fundo de auxílio.
Além de Milton, outras lendas como Elvis Costello, Sheryl Crow e Bootsy Collins estão presentes na escalação — não há informação, no entanto, sobre as transmissões serem realmente ao vivo ou serem performances pré-gravadas, ainda que a segunda opção pareça mais provável pelo formato do festival.
Completam o line-up Angelique Kidjo, Robert Cray, Jeffrey Wright, Bruce Willis, Ivan Neville, Shemekia Copeland, Kim Wilson e um time de “convidados surpresa” ainda não divulgados.

O exemplo de Niterói


Paulo Bagueira*
Desde o início do combate ao coronavírus, as medidas de restrições aplicadas por governantes em todo o mundo – tendo como base estudos científicos –, têm se mostrado eficientes na tentativa de conter a pandemia da doença. No Brasil, Niterói segue à risca o protocolo imposto pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Não por acaso as ações de proteção da prefeitura acabaram fazendo a cidade se tornar referência no país e reconhecida até no exterior no combate à doença.
Entendendo que a pandemia não é somente um fenômeno de saúde, mas também social e econômico, o governo vem resguardando ao máximo à população, pois sem uma abordagem integrada seria muito difícil ter êxito nesse cenário. Exemplo dessa dedicação é que Niterói foi uma das primeiras cidades do país a iniciar o teste em massa para diagnosticar o Covid-19. Na prática, isso facilita a identificação dos contaminados e minimiza a propagação do vírus, pois ao encontrar um possível vetor, a quarenta passa a ser imediata. Isso é algo de suma importância, pois há tempos temos a chamada transmissão comunitária.
Como prevenção, houve reforço da vacinação contra gripe, distribuição de kits de higiene em comunidades carentes e a manutenção da fiscalização dos espaços públicos para evitar aglomerações. Neste ponto, aliás, novas medidas foram impostas, prevendo, inclusive, aplicação de multa de R$ 180 em caso de descumprimento. Foram distribuídas ainda cestas básicas para famílias de alunos da rede pública de ensino, realizada a sanitização das ruas da cidade e criado o canal “Alô, Idoso”, que é uma forma de transmitir palavras de conforto para pessoas da Terceira Idade nesse período de isolamento.
Já para a economia, foi feita a abertura de uma de linha de crédito; concedida ajuda aos microempreendedores no valor de R$ 500, por três meses, e efetuado o pagamento de um salário mínimo para até nove funcionários de empresas que não realizarem demissões por seis meses. Todo esse movimento ajuda a conscientizar a maior parte da população da necessidade da quarentena. Sabemos que tudo vai passar, mas é necessário continuar tendo respeito e amor ao próximo nessa empreitada.
* Paulo Bagueira é deputado estadual pelo Solidariedade.

O que fazer durante o confinamento?


Atividades culturais e dicas para toda família manter o equilíbrio mental e emocional

Glorinha e Renato está na programação virtual do
Museu Janete Costa de Arte Popular
Com mais de dois meses de distanciamento social, como medida preventiva contra o avanço do coronavírus em todo Brasil, os casais, famílias e mesmo pessoas que vivem sozinhas buscam atividades, com objetivo de passar o tempo de forma saudável e equilibrada, evitando episódios de angústia e   depressão. A Arte e a Cultura tem sido uma grandes aliadas neste propósito: a Prefeitura de Niterói, por meio da Secretaria das Culturas e da Fundação de Arte, apresentam um projeto de programações virtuais.
O público pode assistir a shows, exposições, peças teatrais, entrevistas, entre outras atrações. Tudo isso virtualmente, é claro. As programações podem ser acompanhadas pelas redes sociais de cada um dos equipamentos e seguem durante todo o mês.
O Teatro Popular Oscar Niemeyer apresenta, em maio, a série de entrevistas “O Teatro e a Crise – futuro das artes cênicas no pós-pandemia”, com artistas diretores, produtores teatrais, gestores públicos e coordenadores de espaços culturais. O objetivo é pensar o momento atual e as perspectivas para as artes cênicas após a pandemia do novo coronavírus. 
Musical em homenagem a Belchior está na programação
do Municipal
No dia 16, será a vez do bate-papo com Eleusa Mancini, atriz, diretora e roteirista de teatro e dança; radialista, locutora e apresentadora; também Professora de Língua Portuguesa, formada pela UFF – Letras/Latim; Professora de Interpretação para Teatro; Técnica Vocal e Técnica de Leitura. O horário é a partir das 20h, via Instagram: @teatroniemeyer
O Theatro Municipal de Niterói também está apresentando novidades em maio nas programações virtuais. Lembranças de artistas que passaram pelo local, #tbt e semana da diversidade – com informação e arte – estão entre as atividades oferecidas.
No dia 20, está marcado um recital de piano com Felipe Naim; já no dia 22, haverá a exibição de um tributo a Arthur Maia. No dia 24, o teatro entra em cena com o premiado musical “Belchior: Ano Passado Eu Morri, Mas Esse Ano Eu Não Morro”, com Pablo Paleologo e Bruno Suzano. Todas as atividades começam às 20h, pelos canais de divulgação do teatro no Instagram e Facebook, bem como nos canais da @culturaniteroi .
O Espaço Atena promove diversas atividades voltadas para o
público infantil como a sessão "papo Cabeça"
Para toda família
O Museu Janete Costa de Arte Popular apresenta, em maio, uma programação virtual incrível, que inclui exposição, livro da semana, oficina de musicalização. O destaque vai para as atividades de contação de histórias, arte popular para crianças, cozinhando com Gato Petit e entrevistas. Na programação, "Sombras Populares Brasileiras com Teatro de Sombra", show de Glorinha e Renato direcionados para a família, oficina de criação de bonecos articulados em papelão com cenário baseados no universo da exposição "Ceará, Terra que Ilumina", Contos de Todos os Cantos, com Rosane Rabello, entre outras atrações. Para saber os dias e horários, e acompanhar as atividades, basta seguir a página no facebook https://www.facebook.com/museujanetecosta/
O recém inaugurado em Niterói Espaço Atena, que trabalha com desenvolvimento infantojuvenil, de forma multidisciplinar na área de pedagogia, fonoaudiologia e psicologia, está promovendo diversas atividades on line durante o período de confinamento.
Segundo Rejane Carvalho, coordenadora pedagógica e idealizadora do Espaço Atena, a ideia é de criar uma rede de apoio aos pais, oferecendo conteúdos criativos, lúdicos com ações pedagógicas e terapêuticas. Uma das atividades é que cada criança pode divulgar o seu talento, enviando para a página vídeos de atividades que estejam realizando durante o período de isolamento social. Para conhecer melhor o trabalho, basta seguir o espaço nas redes sociais: @atenaensino  (Instagram) ou Facebook: https://www.facebook.com/atenacentrodeensino/.  Ou se preferir, pode também entrar em contato com a equipe pelo whatsapp (21) 99609 8903.
O cinema também marca presença: a Associação Films Pour Enfants (Filmes para criança) promove o Takorama - Festival Internacional de Cinema via online. Serão 15 filmes de curta-metragem, com o tema "solidariedade", divididos em cinco categorias, envolvendo o público de três a  17 anos. As crianças e jovens serão convidados a opinar e votar em seu filme favorito. Tudo gratuito e sem publicidade. Para acompanhar a programação completa, basta entrar no site: www.takorama.org
O desenho e o desenvolvimento da criatividade também tem espaço nesta programação: a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) está convidando crianças entre 6 e 12 anos a desenhar um dos sítios do Patrimônio Mundial da UNESCO que seja importante para elas. Pode ser um sítio do Patrimônio Mundial situado em sua própria comunidade, uma lembrança de um período recente de férias em família em um desses sítios, ou um lugar que viram em um livro, em um filme ou em um programa de TV. A seleção dos desenhos levará em conta a arte, a originalidade e a diversidade. A exposição dos pequenos artistas será exibida no site da UNESCO e o prazo de envio dos desenhos é dia 17 de maio de 2020. Mais informações: https://nacoesunidas.org/unesco-convoca-criancas-para-participar-da-exposicao-de-pequenos-artistas/amp/

O Coronavírus e Eu


Diferentes relatos de pessoas que estão tendo suas vidas diretamente afetadas pela pandemia 

Infelizmente, a pandemia de Coronavírus avança em nosso país: até o fechamento desta edição, o Brasil já contabilizava mais de 177 mil casos confirmados, e mais de 12 mil óbitos registrados oficialmente. O impacto do Covid-19 em nossa sociedade é imenso: cada número nas estatísticas também reflete uma família que aguarda por notícias ou que enterra um ente querido sem direito a velório.
O jornal CASA DA GENTE trouxe à tona os relatos de pessoas que nos contam como esta doença atravessou e modificou de alguma forma as suas vidas, nestes últimos dois meses. São histórias de luta, recomeços e perdas, num momento em que precisamos ter atenção redobrada - e mais do que nunca - seguir as recomendações das autoridades médicas, com objetivo de evitar um colapso dos serviços de saúde, e sobretudo, de salvar vidas.

Reila Taline Saraiva de Jesus
(foto Acervo Pessoal) 
Reila Taline Saraiva de Jesus
Médica plantonista do setor de Terapia Intensiva para pacientes com COVID-19, no Hospital Estadual Azevedo Lima, em Niterói
Sabe a frase que diz que as pessoas só vão se importar quando os números virarem nomes? Para quem trabalha na saúde, eles são sempre nomes.
Para quem trabalha em CTI, como eu, infelizmente perder vidas acontece. Nunca por falta de esforço nosso. Mas nem sempre a gente ganha. Chegar num plantão, receber os casos de um colega exausto, dizendo que fez tudo e mais um pouco pelo "paciente do leito 4" (para evitar nomes aqui) mas ele não respondeu a nada, já é difícil. Você já se sente vencida, antes da sua batalha começar.
Aí vai direto para assistência desse paciente, e em meia hora o coração dele pára, você tenta de tudo, mas sabe que seu colega já tentou de tudo também, sabe que essa batalha está perdida, vence a negação, fecha os olhos do paciente e diz: "descanse em paz".
A enfermagem começa a "preparar o corpo" e você não tem tempo para se recompor, porque tem um paciente grave entrando porta adentro. Checa o tubo, instala as drogas, ajusta o respirador, colhe exames, lembra de tudo que já estudou, de todos os pacientes anteriores que já te ensinaram um pouquinho, e faz o melhor tratamento possível para aquele paciente. Segue reavaliando o mesmo a noite toda, feliz com cada décimo de melhora que consegue. Vai atender os outros pacientes do setor enquanto chega o maqueiro para levar o "paciente do leito 4" e entra a "menina da limpeza" para higienizar o leito para o próximo que precisa da "vaga".
Quando dá para sentar, você revê tudo o que fez, vê se não está faltando nada, e aí, alguém te lembra: "Você jantou? Não!" São mais de 2 da manhã , melhor comer algo porque pode chegar outro grave. Volta para o setor, os pacientes todos estão um pouco melhores, dá uma pequena sensação de dever cumprido, e você se permite descansar por algumas horas.
No dia seguinte, recomeça tudo. Examina todo mundo, checa exames, ajusta drogas, libera prescrição, e pensa em almoçar. Não pode. Está subindo paciente. Chega gravíssimo. Jovem, teve uma parada cardíaca ontem. Já com tubo, exames indicando diálise, coração precisando de ajuda para continuar batendo. Telefone tocando ensandecido com pessoas querendo notícias. Afinal, ele estava ótimo até ontem, em casa.  Você chama o nefrologista, enfermagem monta todas as drogas que precisa,  diálise começa, paciente responde com discreta melhora, você segue investindo tudo. Lá pelas 15h30, você consegue sair para almoçar. Fala com os familiares que estão querendo invadir o hospital, explica tudo, pede compreensão pelo momento que estamos vivendo que impede a visita, e volta pro trabalho.
Mais um paciente chegando, esse está menos grave, acordado, dá até pra bater um papo com ele, fica feliz e agradece pela atenção, pela conversa, marca de trazer uma pizza quando tiver alta. Você ri. Não pode. Mas agradece a oferta. Pede licença porque é momento de rever todo mundo.
Colhe novos exames, todo mundo piorou. Recomeça do zero com todos eles. Parece que você não fez nada nas últimas 23h. O novo "paciente do leito 4" 'isquemiou' o cérebro. A parada cardíaca de ontem deixou mais seqüelas do que se previa. E você nada podia fazer, desde o início, mas como saber? Chega o colega pra assumir o plantão. E agora você é a médica exausta do início passando os casos pra ele e dizendo que fez de tudo e mais um pouco pelo "paciente do leito 4" e ele não respondeu. Desânimo define. Mas um paciente acordado reconhece seu esforço, abre um sorriso e te deseja um bom descanso. Percebo que ele está falando mais cansado do que estava antes. Saio torcendo muito para que ele não precise do tubo.
Depois disso tudo, vocês acreditam que a gente consegue sair do hospital e simplesmente ir para casa, tomar um banho demorado, preparar um jantar, assistir uma série, responder mensagens, checar email e afins? Vida "normal". Precisamos desenvolver essa capacidade de nos blindar para seguir de pé e trabalhando.
Pois bem, quando eu chegava no meu prédio, tinha um cara que sempre estava de bom humor, se levantava para abrir o portão para mim, perguntava dos meus amigos e da minha família, me contava até que meu cachorro já tinha voltado do passeio, me entregava os lacres de latinhas que ele recolhia com todos os amigos, desde que descobriu que eu destinava através de uma ONG, a um projeto que troca os lacres por cadeiras de rodas para quem precisa.
Como atualmente não estou no meu prédio, a última vez que fui lá, eu o vi, e ele me contou da viagem de férias que fez, disse não entender porque quem podia não estava cumprindo direito o isolamento, e que os trabalhadores estavam perdidos porque os ônibus e trens continuavam lotados, sem condições de manter o afastamento adequado. Disse-me com um sorriso que já tinha dado entrada no processo de aposentadoria, que estava só esperando sair para poder se isolar em casa. Eu brinquei que ele ainda era muito novo para parar de trabalhar, e que eu ia sentir falta dele, mas que ele merecia curtir a vida, afinal acordava às 4h30 da manhã dia sim, dia não para estar pontualmente às 7h na portaria do prédio. Mas confesso que não dei a atenção que eu dava sempre, estava preocupada também, na correria para me isolar de novo logo. Que arrependimento.
Alguns dias depois, meu irmão me avisa que ele estava se sentindo mal, mas que deitou, melhorou e o filho veio buscá-lo. Falei para mandar ele pro hospital, mas o filho disse que ele não quis. No próximo turno, ele não apareceu. O filho informou que foi internado, que estava grave no CTI. Foi transferido para o setor de isolamento. Não podia receber visitas. As notícias diárias não eram boas. E, no meio de um desses meus plantões caóticos, descubro que ele não resistiu. Desmoronei. Me permiti chorar por 5 minutos. Mas fui chamada porque tinha paciente "descompensando". Virei a chave e fui trabalhar. Guardei a dor para sofrer depois.
Se escrevo este texto, é para que as pessoas entendam algumas coisas. O isolamento, quando possível, é para salvar a você e às outras pessoas. Se você sair, o vírus vai te usar para chegar em alguém, que pode ou não ser conhecido seu, e pode ou não resistir à doença.
Sejam gentis sempre. Com todo mundo. O tempo todo. A gente realmente nunca sabe quando vai ser a última vez que verá aquela pessoa.  Fiquem em casa. Se tiverem que sair,usem máscaras, álcool gel, lavem as mãos. Se protejam, e protejam quem não pode ficar em casa também.
Essa doença é muito cruel. Muita gente já morreu, muita gente está morrendo, muita gente vai morrer.  Se o que faltava para vocês eram os números virarem nomes, lembrem-se então do Sr. Idemar, meu porteiro.

Beth Formaggini
(foto Ratão Diniz)
Beth Formaggini
Documentarista

Comecei a sentir os sintomas do Covid-19 mais ou menos no dia 10 de abril. Eu já estava há três semanas de quarentena: tenho mais de 60 anos, sou hipertensa e pré-diabética. Eu fiquei bem quieta em casa, pedindo comida e compras, fortalecendo sempre a rede de pequenos comerciantes. Quando descobri que estava doente, a minha comadre, a chef Anete, trazia comida e refeições pra mim, e meus amigos criaram uma rede de apoio - porque eu moro sozinha, e estava muito cansada para cozinhar.
Tudo começou porque minha mãe teve um problema de saúde grave - não foi o Covid. O médico foi na casa dela, dona Helyete Versiani tem 91 anos, e ele disse que tinha que internar, não tinha jeito. Fui com ela para o Copa D'Or, e fiquei 48h com ela lá. Durante o acompanhamento da minha mãe no hospital, tive sintomas de sinusite, com muita dor de cabeça, e precisei arranjar alguém para me render. Fiquei em casa passando muito mal, e cinco dias depois, comecei a ter os sintomas mais específicos: tosse, cansaço, dor muscular, febre baixa e a coisa foi evoluindo. Eu procurei minha médica clínica geral, que falou para eu ficar em casa, em repouso, e se tivesse problemas respiratórios, iria para o hospital. Passei a me tratar também com uma infectologista via telemedicina, que me ligava duas a três vezes por dia, e ela me enviou um oxímetro. Quando a oxigenação ficou deficiente, ela orientou que eu me internasse. Minha vizinha - que também é medica, e já tinha tido Covid-19 - me ajudou, e me levou para o hospital. Eu cheguei lá e desmaiei, com pressão baixa, e fui internada imediatamente.
Fiquei na Casa de Saúde São José, no Rio. Foram 12 dias de hospital, e uma semana em casa. O dia a dia no hospital era de muitas "picadas": tomando remédios, anti-coagulante, antibióticos, febre, cansaço. Foi muito difícil. Eu não precisei ser entubada, mas tinha uma máscara de oxigênio a todo momento. Gostaria de agradecer à dedicação da enfermagem, funcionários, limpeza, médicos, uma dedicação muito grande, correndo risco de se contaminarem. Foi um período em que me senti muito debilitada, mas tive muito apoio. No terceiro dia, consegui ter acesso ao meu celular, e vi uma corrente muito grande de amigos, conversava com a minha família, meus filhos, minhas netas. A família me ligava todos os dias, mesmo quando estava muito mal, eu atendia.
Enquanto isso, minha mãe seguia também internada, sem mim, com uma cuidadora. Quando comecei a respirar sem o oxigênio, eu tive alta. Lamento que todas as pessoas que estão doentes não tenham o mesmo atendimento que eu. A doença tem sido fatal principalmente entre as pessoas com menos condições de acesso à saúde, mesmo com o trabalho imenso do SUS, e merece todo nosso elogio e apoio. É uma realidade muito desigual.
Saio do hospital, com cada vez mais certeza de que precisamos lutar por uma justiça social, por um acesso de todos à Educação, à Saúde, ao trabalho, melhores condições de moradia, lutar contra o modelo econômico, exploração de recursos naturais, este capitalismo selvagem que não prioriza os seres humanos, a natureza, o meio ambiente, e sim à esta exploração, não só do trabalho, mas também dos recursos naturais. Cada vez mais me convenço que isso tem que mudar.
Durante a minha internação, alguma coisa me dizia: "você tem muitas boas lutas para lutar, banho de cachoeira pra tomar, seus amigos para abraçar, sua família, muito amor em volta. Você tem que conseguir voltar pra casa". Continuo com acompanhamento médico, e são muitas seqüelas: sua pressão fica louca, você tem dores nas articulações, continua tossindo.
Depois que você passa por uma situação grave, cada coisa mínima do cotidiano conta, ganha um novo valor: a primeira coisa que fiz  quando cheguei na minha casa foi um café expresso. Pra mim, aquilo era um sonho: estar em casa e tomar um café. Molhar as plantas no terraço ao cair da tarde, vendo a lua já no céu, e ver que a horta cresceu bastante e as plantas agüentaram bem a seca, e vão sobreviver. Deitar na rede 'útero' e enfim descansar. Estou ainda esperando que tudo melhore. A minha mãe voltou pra casa, estamos também acompanhando a melhora dela. Ainda bem ela não desenvolveu nenhum sintoma do Covid-19.
Acho que o confinamento é a única solução. É uma doença muito grave, que tirou a vida de milhares de pessoas no Brasil, com a falta de responsabilidade do governo federal, que insiste priorizar fatores econômicos, em detrimento de políticas de confinamento. As pessoas se amontoando nas portas dos bancos, uma necropolítica.
Eu, por exemplo, não estou mais contaminando ninguém, e em tese já tenho anticorpos, mas vou seguir o confinamento, porque eu posso transportar o vírus: uma mão na maçaneta, no banco do táxi, na mesa que minha mãe ou qualquer pessoa come já é o suficiente. É um exercício de cidadania ficar em casa, para diminuir esta curva, porque cada pessoa contaminada, transmite para 4 a 5 pessoas, a taxa é altíssima. Estas que estão andando pela rua são irresponsáveis, pois não tem amor ao próximo, nem a si mesmo ou à sua família.
Além de solidariedade com as pessoas que têm menos condições que nós, temos que ficar quietos em casa, e diminuir a probabilidade desta doença se espalhar. Fique em casa, este é o meu conselho principal. Leia, estude, se comunique com seus entes queridos por telefone e internet. Se não fosse a cultura, talvez eu não estaria aqui: recebi filmes, músicas, livros, e principalmente o amor dos amigos e família. Só tenho a agradecer a todos eles.

Márcia Demézio
(foto/Acervo pessoal)
Márcia Demézio

Jornalista

No dia 14 de março, meu irmão do meio, José Geraldo, completou 50 anos, e fizemos uma festa que reuniu a família e poucos amigos. Este foi o último e derradeiro encontro de nossa família: a partir daí, nossa vida virou de cabeça pra baixo.
Era o início do distanciamento social: lembro que colocamos um spray de álcool gel, e chegamos a duvidar se manteríamos a festa, até que decidimos que sim, porque eram poucas pessoas, e naquela época, falava-se ainda muito pouco de casos de Covid.
Naquele dia, meu outro irmão mais novo,  Marcelo, que tem 43 anos, estava doente. Ele havia voltado de uma viagem de Carnaval, em Paraty, e alguns dias depois, começou a ter diarréia. Em seguida, começou a ter febre, foi numa emergência e passaram um antibiótico. Como não melhorava, ele foi ao hospital numa segunda vez, e alteraram a medicação.
No dia 15, que era um domingo, a minha mãe, Maria do Carmo, e meu pai, Benedito, estavam meio gripados também, e reclamaram de cansaço. No dia 19 de março - ou seja, 4 dias depois - a cunhada ligou para avisar que meu irmão estava desmaiando e passando muito mal. Ao chegar no CHN, ele foi para a UTI, e encaminhado para o isolamento, onde fizeram uma bateria de exames. Foi quando acenderam a suspeita de coronavírus. Foi uma loucura, porque ele não apresentou os sintomas clássicos: tosse e falta de ar.
Paralelamente, minha mãe começou a ficar doente, com diarréia, e chegou a ir a uma consulta médica, mas como o pulmão não apresentava alterações, foi medicada com antibióticos. Quando terminou o ciclo, ela melhorou, e seguimos o foco no nosso irmão, que na ocasião aguardava o resultado da Covid, que sairia em 5 dias.
Da direita para a esquerda: Márcia Demézio (de vestido, no canto)
com sua mãe, Maria do Carmo, seu pai, Benedito, e toda sua família
reunida. Seu irmão mais novo, Marcelo, está ao centro (de cabeça raspada
e blusa polo cinza) - foto Acervo pessoal da família
Alguns dias depois, logo após sair o resultado positivo para Covid do nosso irmão mais novo, ele precisou ser entubado e o estado se agravou muito, chegando a um ponto crítico, preocupando inclusive à equipe médica. Apelamos aos amigos e à Deus, e pedimos a todos uma corrente de oração, porque era uma situação realmente delicada.
Paralelamente, meu pai que tem 83 anos, e que sempre foi muito ativo, estava prostrado. Já era dia 26 de março, e nós pensávamos que era depressão, por conta do nosso irmão. Ele parecia meio desorientado, mas não estava com falta de ar, e nem tinha febre, por isso não desconfiávamos de nada.
No dia 30 de março, meu irmão começou a melhorar, ao mesmo tempo que conseguimos uma médica para examinar nosso pai em casa. E para nossa surpresa, quando ela auscultou meu pai, disse que o pulmão não estava bom, e que tinha de ir urgente para emergência. Como ele era da Marinha, levamos ele para o Hospital Marcílio Dias, no Rio. Quando fizeram a tomografia, o pulmão estava com aspecto típico de Covid. Ele foi internado numa ala de isolamento, e no dia seguinte, precisou ser entubado. Apesar de apresentar durante alguns dias uma melhora, na manhã do domingo de Páscoa, dia 12 de abril, recebíamos a notícia de que ele havia falecido.
Meu pai tinha diabetes controlada, se cuidava muito, e de repente,  ele estava numa área isolada, sem a gente poder visitar. A gente sofreu muito: se não fosse esse vírus ele estaria conosco. Outra coisa extremamente difícil é não fazer velório, e nem ao menos nos despedir dele. No enterro, só tinha meu irmão, a minha irmã e minha filha, tudo muito rápido. Uma morte solitária. É tudo muito triste.
Em compensação, meu irmão estava ficando bem no outro hospital. No dia seguinte à morte de nosso pai, ele foi desentubado. Enquanto uma pessoa querida morria, a outra renascia. Dois dias depois de meu irmão ter alta, minha cunhada contou sobre nosso pai, e ele só conseguiu colocar pra fora a tristeza dias depois.
Desde aquele último encontro, nossa família não se reuniu novamente; cada um está em sua casa, e inclusive fizemos o teste para Covid. Para nossa surpresa, todos tiveram resultado positivo, alguns assintomáticos; apenas eu e minha filha tivemos resultados negativos.
Minha mãe é uma pessoa extremamente forte: todos os dias ela sempre rezou o terço, e desde o início deste momento difícil até hoje, todos da minha família rezam também, numa corrente de fé. Ela diz que meu irmão é o "nosso milagre ", e isso nos conforta de uma certa forma. Vivemos, porém, hoje com a enorme saudade do nosso pai.




quarta-feira, 13 de maio de 2020

segunda-feira, 11 de maio de 2020

Detran RJ: provas práticas de direção estão suspensas por tempo indeterminado


Em razão da grave situação de pandemia que o estado do Rio se encontra e com o objetivo de preservar a saúde de todos os envolvidos na educação de trânsito e candidatos à motorista, o Detran.RJ cancelou todos os exames práticos de direção veicular por tempo indeterminado. As provas estavam sendo reagendadas a cada ampliação do tempo de contingenciamento decretado pelo governo, mas com o distanciamento da marcação inicial é mais prudente o cancelamento para que ocorra uma remarcação após a pandemia.

Os candidatos que já estavam agendados terão os exames transferidos para datas posteriores e serão informados com antecedência sobre a nova data de agendamento. Os locais e horários permanecerão os mesmos. Assim que as autoridades competentes autorizarem a retorno das atividades, todos serão informados para que nenhum usuário seja prejudicado e possam se preparar para as provas práticas.

Vale lembrar que desde o início do contingenciamento todas as aulas teóricas e práticas ministradas pelas autoescolas do estado também foram canceladas. Em caso de dúvidas, o cidadão pode acessar o site ou as redes sociais oficiais do Detran.RJ (Facebook, Twitter e Instagram).


Secretaria do Idoso de Niterói tem canal de atendimento para a terceira idade durante isolamento social

Alô Idoso pretende levar conforto para população que está no grupo de risco do coronavírus

A Secretaria do Idoso de Niterói lançou  o Alô Idoso, um canal de comunicação via WhatsApp. Através do número (21) 99657-4638, quem já chegou a chamada terceira idade, pode se cadastrar e ouvir palavras de conforto para passar com mais tranquilidade pelo período de isolamento social implementado pelo município para conter os avanços da Covid-19.
São 96 mil idosos em Niterói, que correspondem a 18,8% da população, e que, se enquadram no chamado grupo de risco da doença. O secretário Michel Saad Neto explicou que, além das palavras de apoio, os usuários do serviço também receberão orientações para que sigam as determinações do poder público e permaneçam em casa durante esse período.
"Por Niterói ter uma grande população nessa faixa etária, temos muitos programas voltados para os idosos. E, durante este período, achamos fundamental darmos o nosso apoio através de palavras de conforto. Podemos levar essa mensagem de carinho para aquela pessoa que cumpre a quarentena em casa, sozinha, ou para quem que está rodeado da família, mas quer também ouvir uma palavra diferente e acalentadora”, explicou o secretário.
Os próprios funcionários da Secretaria e um psicólogo do Conselho do Idoso (Comddepi) estão realizando o cadastramento e farão parte do grupo que irá conversar com os idosos. Os cadastrados receberão ligações uma vez na semana. Os horários de atendimento serão definidos de acordo com a procura pelo serviço.

Niterói: novas medidas restritivas para conter o avanço do coronavírus em Niterói entram em vigor

Até 15 de maio, ações de fiscalização serão intensificadas nas barreiras com municípios vizinhos. As pessoas que descumprirem as regras de transitar em vias e locais públicos podem ser multadas
Medição de temperatura de pessoas que
cheguem de municípios limítrofes à cidade
(fotos divulgação/ Prefeitura de Niterói - Douglas Macedo)

Começaram a valer nesta segunda-feira, dia 11 de maio, as novas medidas de restrição da circulação determinadas pela Prefeitura de Niterói nos acessos com municípios vizinhos e a intensificação da fiscalização nas áreas e vias públicas e nos estabelecimentos da cidade. Pessoas que estejam nas ruas, praias e praças públicas, com exceção para casos de deslocamento por força de trabalho e ida aos serviços essenciais e estabelecimentos autorizados a funcionar, como supermercados e farmácias, poderão ser multadas em R$ 180. O valor dobra em caso de reincidência.

Neste primeiro dia, a ação foi feita nas barreiras com municípios vizinhos e em Icaraí, bairro com maior concentração de pessoas na cidade e também com o maior número de casos confirmados de coronavírus em Niterói. A fiscalização está sob responsabilidade da Guarda Municipal, agentes do Niterói Presente e do Programa Estadual de Integração na Segurança (Proeis), com o apoio do 12º BPM. Nos bloqueios, também há a participação de funcionários da NitTrans. No total, cerca de 300 agentes públicos estão envolvidos na fiscalização.

Os bloqueios estão sendo realizados em sete pontos da cidade. Neles, está sendo aferida a temperatura de todos os ocupantes dos veículos. Caso alguém esteja com temperatura acima do normal, será encaminhado para as unidades de saúde do município. Além disso, os agentes estão verificando se os ocupantes dos veículos são trabalhadores de serviços considerados essenciais pelo decreto municipal.

Os serviços essenciais como supermercados e mercados, padarias (sem lanchonetes), postos de combustíveis (sem conveniência), farmácias e petshops permanecem abertos e funcionando. As autoridades orientam que seja dada preferência aos serviços de delivery para que a circulação nas ruas seja menor. Na publicação do Diário Oficial foi disponibilizado modelo de autorização de circulação para comprovação de serviços essenciais.

O secretário municipal de Ordem Pública, Paulo Henrique de Moraes, detalhou como será feita a fiscalização do cumprimento das novas medidas restritivas.

“A partir desta segunda-feira estamos implementando as ações de restrição na cidade começando pelas barreiras, onde estamos fazendo medição de temperatura dos ocupantes dos veículos. Também há uma outra ação, concentrada inicialmente em Icaraí e que será expandida para os demais bairros, que é a abordagem de pedestres que estão se deslocando pela cidade. Caso a pessoa não esteja indo para o trabalho ou para utilizar algum dos serviços essenciais autorizados por lei municipal, será orientada a retornar a sua residência e, em caso de desobediência, poderá ser autuada. Essa multa é inicialmente de R$ 180, podendo dobrar de valor em caso de reincidência”.

O decreto 13.587/2020, criado a partir da análise científica de especialistas e baseadas em estudo técnico da Fundação Municipal de Saúde (FMS/FGA647/2020) transcrito no documento, foi publicado no Diário Oficial de sábado, dia 9. O objetivo é diminuir a circulação de pessoas e minimizar os efeitos causados pela pandemia.

O secretário municipal de Saúde, Rodrigo Oliveira, explica que dados e estudos de especialistas apontam que o Brasil viverá seu pior momento da epidemia nas próximas semanas e com a região metropolitana do Rio de Janeiro não é diferente. Por isso, a decisão de ampliar as medidas de restrição de circulação em Niterói.

“Tudo indica que temos uma circulação muito intensa e descontrolada na Região Metropolitana do Rio. Por isso a decisão de ampliar as medidas de restrição de circulação na cidade.  O objetivo é retomar o patamar do início do combate ao coronavírus onde chegamos a ter 70% de isolamento social, índice que foi decisivo para a gente reduzir a velocidade de contágio e dar tempo aos nossos trabalhadores da saúde conseguirem cuidar, tratar e curar os pacientes de casos graves da Covid-19. Nosso objetivo é fazer mais um achatamento da curva e dar tempo para o sistema de saúde de Niterói salvar vidas”.

A cuidadora de idosos Maria José da Silva, moradora de São Gonçalo, foi abordada por guardas municipais na esquina das ruas Moreira César e Álvares de Azevedo. Ela explicou que iria fazer compras para o casal de idosos para quem trabalha e foi autorizada a seguir. Ela elogiou o trabalho dos agentes e também as medidas de restrição de circulação.

"Acho importante para que a população tenha mais consciência do que é preciso fazer para evitar a proliferação da doença. Os guardas foram muito educados e recomendaram que eu voltasse para casa o mais rápido possível", contou.

Regras de circulação 

Também foi publicado o decreto N° 13.588/2020, que regulamenta o procedimento para aplicação da lei municipal 3.495/2020, que veda permanência e trânsito em vias, praias, equipamentos, locais e praças públicas em Niterói, de 11 a 15 de maio.

O texto assegura a circulação de pessoas nas "hipóteses de deslocamento por força de trabalho, para ida a serviços de saúde ou farmácias, para compra de insumos alimentícios e congêneres essenciais à subsistência, bem como para ida a estabelecimentos autorizados a funcionar". E em seguida: "Eventual deslocamento para aquisição de insumos essenciais ou ida a serviços de saúde ou farmácias e demais estabelecimentos autorizados a funcionar deverão ser esclarecidos à autoridade pública em caso de abordagem".

No caso de empregados dos serviços essenciais, o parágrafo primeiro do decreto indica que "os indivíduos comprovarão por meio de carteira de trabalho, funcional, contrato de trabalho ou qualquer outro documento idôneo o deslocamento em razão de trabalho". O material ainda disponibiliza um modelo de autorização de circulação para comprovação de serviços essenciais.

Quem for morador de Niterói e precisar se deslocar para outros municípios, deve apresentar comprovante de residência quando solicitado. Estão autorizados a transitar as pessoas e veículos que se enquadrem nos serviços essenciais como advocacia, imprensa e trabalhadores das áreas médicas ou cujas atividades não tenham sido suspensas por decretos do município ou do estado. Eles deverão apresentar, caso necessário, declaração do empregador ou contrato de prestação de serviços, conforme modelo estabelecido, cópia de algum comprovante do endereço do declarante; documento de identidade do trabalhador. Já no caso de veículos de prestadores de serviço, será necessário apresentar a nota fiscal das mercadorias carregadas e algum documento que comprove que o deslocamento tem como objetivo a prestação de serviços essenciais, conforme regulamentação federal.

Regras de abordagem pela Guarda Municipal 

O texto especifica como o Município poderá abordar pessoas e veículos. "A Guarda Municipal poderá abordar os indivíduos em circulação em vias, praias, equipamentos, locais e praças públicas, dentro do Município de Niterói", segundo o texto do Diário Oficial. No artigo 4º, a publicação ressalta que "as medidas restritivas discriminadas neste decreto inserem-se no conjunto de ações de isolamento social necessárias ao combate da pandemia de coronavírus (COVID-19), no âmbito do Município de Niterói, não configurando, contudo, espécie de lockdown".

Nenhuma rodovia estadual ou federal será objeto de restrição de circulação de pessoas ou veículos, nem haverá à restrição de circulação de pessoas por conta de deslocamento para atendimento em serviços de saúde. 

Caso a pessoa se negue a apresentar documentação quando solicitado, o decreto prevê que a pessoa seja levada à delegacia e autuada por crime de desobediência.

Resumo das medidas anunciadas pela Prefeitura
- Ampliação as ações restritivas e multa no valor de R$ 180, de 11 a 15 de maio, para pessoas que estejam nas ruas, praias e praças públicas, com exceção para o deslocamento por força de trabalho, ida aos serviços essenciais e estabelecimentos autorizados a funcionar.
- De 11 a 15 de maio só estão autorizados a funcionar na cidade, mercados e supermercados, padarias, farmácias, pet shops e postos de combustível.
- Reforço dos bloqueios com municípios limítrofes, que já estão em curso, agora também com a testagem da temperatura daqueles que chegam de outras cidades.
- Suspensão de 11 a 15 de maio das obras que estavam em andamento em todas as regiões da cidade.
- Ampliação, até o dia 16 de maio, em 40% a quantidade de leitos com respiradores na rede pública e privada de Niterói.