Cineastas e organização do Festival reunidos para a foto oficial |
Texto e fotos: Luana Dias
Diante de uma plateia majoritariamente negra de um Cine Teatro Odeon lotado, teve início na noite da última quarta-feira, dia 29 de agosto, a 11ª edição do “Encontro de Cinema Negro Zózimo Bulbul – Brasil, África e Caribe”. A força dos discursos engajados mostravam desde o início que este é um evento de cinema com uma proposta diferente, trazendo à tona o protagonismo afrodescendente na trajetória da Sétima Arte.
Com curadoria do diretor Joel Zito Araújo e Janaína Oliveira, o evento conta nesta edição com uma seleção de 76 filmes nacionais e 19 filmes internacionais, entre longas e curtas. A programação acontece no Cinema Odeon, no Centro Cultural Justiça Federal (Cinelândia), MAR Museu de Arte do Rio (Praça Mauá) e Cine Arte UFF (Niterói), com uma programação que irá até o dia 9 de setembro.
O evento é organizado pelo Centro Afro Carioca de Cinema, e mantém o objetivo de seu fundador Zózimo Bulbul, que é fortificar a identidade negra e incentivar o intercâmbio cultural Brasil-África através de exibições, debates e de um processo formativo com palestras e seminários, promovendo relações entre realizadores negros brasileiros, africanos e da diáspora.
Uma novidade anunciada durante a cerimônia de abertura foi a criação do "1º Prêmio Zózimo Bulbul de Narrativas Negras", cujo os detalhes serão divulgados em breve na página do Centro Afro Carioca de Cinema.
“Um encontro com a característica que o Zózimo imprimiu, onde a maioria dos convidados internacionais é da África, eu tenho, na curadoria, a preocupação de oferecer um painel do que está acontecendo neste continente, um painel do cinema feito pela África negra”, explica o premiado cineasta Joel Zito Araújo, na curadoria do evento desde 2014.
“Um encontro com a característica que o Zózimo imprimiu, onde a maioria dos convidados internacionais é da África, eu tenho, na curadoria, a preocupação de oferecer um painel do que está acontecendo neste continente, um painel do cinema feito pela África negra”, explica o premiado cineasta Joel Zito Araújo, na curadoria do evento desde 2014.
Confirmando o tom político e engajado do evento, o curador relembrou também em seu discurso de abertura "a importância da política de cotas na reintegração de posse do Cinema Negro no Brasil".
Janaína Oliveira, pesquisadora de cinema Africano e curadora convidada desde 2017, destacou a importância da nova geração do cinema, bem como a presença feminina mais forte neste ano:
“O cinema negro nacional finalmente ganha forma e corpo, apontando o crescimento inegável do número de realizadoras, realizadores e coletivos de cinema que afirmam o cinema negro tanto como gênero cinematográfico, quanto como espaço e luta política no cenário do audiovisual nacional. Uma geração de novos cineastas que assumiu para si a responsabilidade de transformação e aumento da presença negra no cinema nacional assim como Zózimo Bulbul tanto desejou e impulsionou, como visionário e artista militante que era. Neste ano, outro destaque é a presença de realizadoras: são 35 obras realizadas por mulheres negras”, concluiu.
Janaína Oliveira, pesquisadora de cinema Africano e curadora convidada desde 2017, destacou a importância da nova geração do cinema, bem como a presença feminina mais forte neste ano:
“O cinema negro nacional finalmente ganha forma e corpo, apontando o crescimento inegável do número de realizadoras, realizadores e coletivos de cinema que afirmam o cinema negro tanto como gênero cinematográfico, quanto como espaço e luta política no cenário do audiovisual nacional. Uma geração de novos cineastas que assumiu para si a responsabilidade de transformação e aumento da presença negra no cinema nacional assim como Zózimo Bulbul tanto desejou e impulsionou, como visionário e artista militante que era. Neste ano, outro destaque é a presença de realizadoras: são 35 obras realizadas por mulheres negras”, concluiu.
Os atores Flávio Bauraqui e Dandara Mariana foram os mestres de cerimônia da noite. Dentre os convidados especiais desta edição estão Haile Gerima, professor e cineasta da Etiópia; Manthia Dawara, cineasta do Mali; Laza, de Madagascar; Yara Costa, diretora de Moçambique, entre outros.
Na programação de filmes, entre os destaques estão: "Candeia", filme de Luiz Antonio Pilar; "O caso do homem errado", de Camila de Moraes; o documentário "Entre eu e Deus" de Yara Costa; "Bando, um filme de", dirigido por Lázaro Ramos e Thiago Gomes; Fallou, de Alassane Sy, do Senegal.
No hall das presenças ilustres durante a noite de abertura, destacam-se a escritora Conceição Evaristo, os candidatos Jean Wyllys e Talíria Petrone; a irmã de Marielle Franco, Anielle Barboza; a youtuber e defensora pelo direito das Mulheres Negras na ONU, Kenia Maria, além de diversos atores, diretores e produtores.
No hall das presenças ilustres durante a noite de abertura, destacam-se a escritora Conceição Evaristo, os candidatos Jean Wyllys e Talíria Petrone; a irmã de Marielle Franco, Anielle Barboza; a youtuber e defensora pelo direito das Mulheres Negras na ONU, Kenia Maria, além de diversos atores, diretores e produtores.
Para conferir a programação completa do Encontro do Cinema Negro Zózimo Bulbul basta clicar AQUI . Confira a cobertura fotográfica completa no facebook do Jornal Casa da Gente.