sexta-feira, 14 de junho de 2019

Maternidade: caos e amor na mesma medida

Ariana Rosa e a filha Lara
Histórias de vida plurais que se cruzam através da experiência de ser Mãe

Por Luana Dias

Dando continuidade à série de reportagens iniciada em maio, o Jornal Casa da Gente traz à tona o perfil de mulheres contemporâneas que se conectaram entre si, e decidiram unir forças num dos momentos mais singulares da vida: ser mãe.
Dia após dia, elas tentam compreender os obstáculos, respeitar os limites pessoais, ter paciência e se desvencilhar de culpas e medos que podem atingir a mulher durante esta fase. 
Ariana Silva Rosa, de 31 anos, é mãe de  Lara Silva Rosa, de 2 anos.  Moradora do Largo do Barradas, em Niterói, ela tem uma rotina intensa que começa às 6h da manhã.
"Ao mesmo tempo que me arrumo para sair pro trabalho, organizo a mochila da minha filha para a creche. Antigamente tentava fazer isso à noite, mas percebia que perdia o pouco tempo que temos juntas fazendo isso. Ela sai da creche às 17h em São Gonçalo; como trabalho no Rio, não chego a tempo de buscá-la. Então normalmente quem busca são meus sogros; eles e dão o jantar e ficam com ela até a nossa volta do trabalho. Passo na casa deles para buscá-la e em seguida vou para a minha casa", conta.
A maternidade trouxe mudanças estruturais na vida de Ariana. Para ela, ser mãe é ser valente, muito mais do que o sentido físico, mas no mental.
Cassiane e Felipe
"Aprendi também, ou pelo menos tento, não julgar as escolhas de outra família. Só eles sabem onde o calo aperta. É muita gente falando 'se eu fosse você', mas ninguém é, então não pode ter propriedade para falar", conta.
A pedagoga e advogada Cassiane Oliveira Aleluia tem  31 anos e é mãe de Felipe Luiz, de 1 ano e seis meses. Eles residem no bairro do Barreto, em Niterói.
"Pela manhã vou treinar CrossFit enquanto ele dorme. É importante ter alguém da rede de apoio que possa ficar com o pequeno. Ao longo do dia, me divido em audiências,  atendimento a clientes de forma autônoma e, como pedagoga em escola da prefeitura de Niterói. Nesse tempo, ele fica uma parte do tempo com os avós e outra na creche. À noite, dou atenção ao meu filho e às tarefas domésticas", conta.
Para Cassiane, a maternidade a fez aprender na prática o significado da palavra "empatia".
"Passei a olhar o mundo por outra ótica. Passei a valorizar o fato de achar pessoas com quem posso compartilhar e ter empatia com minhas questões", afirma.
Rita Mello e os três filhos
Residente no bairro de Icaraí, a fotógrafa Rita Mello é mãe de três crianças: Miguel, com 9 anos, Bella, 6 anos e Noah, com 2 anos.  Apesar da experiência tripla, ela conta que a cada filho, sentiu-se "reconstruindo" suas verdades sobre a maternidade e sobre a vida.  A organização do tempo e do dia-a-dia também são desafiadores:
"Meus mais velhos estudam em horário integral e o meu mais novo ainda não vai pra escola. Eu e meu marido trabalhamos em casa e temos turnos de trabalho e de cuidar do pequeno, além de contarmos com um anjo, chamado Andréa, que me ajuda com tudo em casa. A ideia é de seguir uma rotina colaborativa, delegando funções possíveis para todos, pra não ficar pesado para ninguém", confidencia.
Como o foco de sua fotografia é apenas mulheres em suas diversas rotinas, cada etapa de trabalho acaba funcionando como se fosse uma terapia.
"Ser mãe é caos e amor na mesma medida. E quando a gente acha que atingiu o limite, de um ou de outro, os sentimentos crescem mais e mais".

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