domingo, 17 de dezembro de 2017

"De onde não se vê quando se está"

Visita ao topo do MAC é sucesso de público em Niterói

Texto e fotos Luana Dias

Visitantes desfrutam dos minutos na cobertura do Museu
(fotos Luana Dias)
Uma mudança radical de ponto de vista: no topo do Museu de Arte Contemporânea de Niterói (MAC), surge uma paisagem ainda mais imensa, livre e ampla. Mesmo o niteroiense mais acostumado a apreciar diariamente a beleza arquitetônica e natural proporcionada pelo local, não consegue disfarçar o encanto, misturado com deslumbramento ao dar os primeiros passos na "laje" do Museu. As praias de Icaraí, Flechas e Boa Viagem, unem-se ao Rio de Janeiro, e todas as curvas da Baía de Guanabara, emoldurando o azul do céu e as nuvens. Durante quinze minutos - tempo de duração da visita  de cada grupo - é como se o tempo parasse, e a brisa com cheiro de maresia transformasse cada visitante em parte integrante daquela obra de arte. Alçados pela flor de concreto (ou o disco voador, como muitos costumam identificá-lo) desenhado por Oscar Niemeyer, somos convidados a, finalmente, alcançar o infinito.
A instalação oferece novos pontos de vista, que vão mais além das
famosas linhas e formas projetadas pelo arquiteto Oscar Niemeyer
Esta é uma breve descrição das minhas sensações ao participar da instalação "De onde não se vê quando se está". Pela primeira vez, em 21 anos de existência, o MAC Niterói - que já é um dos símbolos maiores da cidade - abre a sua cobertura para ocupação e visita. Uma ideia genial concebida pelo artista e arquiteto Pedro Varella. O projeto conta com a colaboração do gru.a (Grupo de Arquitetos) e foi contemplado pelo III Prêmio Reynaldo Roels Jr. – uma parceria entre a EAV Parque Lage e o MAC Niterói.
“Como se desvencilhar da imagem que domina a experiência de quem visita o MAC? O projeto busca, portanto, adicionar à experiência do público a chance de simultaneamente estar neste objeto marcante e perder de vista sua imagem. A arquitetura do MAC parece querer dominar a paisagem da Baía de Guanabara. Com um único ponto de contato com o solo, a estrutura apresenta-se autônoma, absoluta. O trabalho apresentado torna possível desvelar outras situações, marcadas por um espaço-tempo atípico, possível somente no contexto de uma fugaz obra instalativa”, explica Varella.
Para ter acesso à cobertura e à instalação, são distribuídas senhas em quatro horários (9h30, 11h30, 13h30 e 15h30). Os grupos de visitação acontecem nos horários subseqüentes a cada 20 minutos, com no máximo 15 pessoas. Uma escada provisória foi montada para chegar ao topo, e técnicos treinados guiam e orientam os visitantes.
Andressa e Rita Novaes: mãe e filha de São Paulo aprovaram a
experiência
Vindas de São Paulo para passar um fim de semana no Rio, a arquiteta Andressa Novaes, de 25 anos e sua mãe Rita Novaes, de 62 anos decidiram cruzar a Baía de Guanabara só para conhecer o MAC.
"Nossa viagem foi bem rápida. Como arquiteta, sou apaixonada por Oscar Niemeyer, e o MAC é uma das obras que mais me chamou atenção ainda na época da faculdade. As exposições são muito boas, mas a estrutura do MAC é contagiante. E realmente, acho que a maior  riqueza que o MAC tem é a própria natureza ao redor. E a experiência de estar lá em cima, sem nenhum muro ao redor, é simplesmente inesquecível", afirmou Andressa, logo após descer da cobertura.
Andressa e Rita fazem parte dos milhares de turistas nacionais e estrangeiros que passam pelo Museu diariamente. Os niteroienses também estão marcando presença: o casal de estudantes Bruno Torquato, 25 anos, e Melissa Firmino, 22 anos, moradores da cidade, haviam ido ao Museu no dia anterior e não conseguiram subir à cobertura porque não havia mais senha. Eles resolveram retornar, e afirmaram que valeu a pena persistir: 
"Queríamos mesmo viver esta experiência! Se pudesse voltaria aqui todo dia", contou animada Melissa.
"Pra mim, ao chegar no topo, só me deu mais a certeza de quanto Niterói é bonita. Inclusive, se fosse possível a Prefeitura manter esta estrutura aberta, como se fosse um mirante permanente, seria uma atração turística a mais, e faria muito sucesso. Olha quanta gente está vindo, e como deu certo!", sugere Torquato.
A visitação acontece até o dia 23 de dezembro de 2017, das 10h às 18h.
Confira as dicas para os visitantes
- Por motivos de segurança, use tênis e sapatos fechados, sem salto.
- Não é permitido o acesso à cobertura do MAC com mochilas e bolsas, apenas um celular ou câmera fotográfica. O Museu disponibiliza um guarda-volumes gratuito, mediante apresentação de documento de identidade
- Não esqueça de levar óculos de sol, para se proteger da alta luminosidade.
 - O acesso à instalação é realizado em grupos de 15 pessoas para visitas de 15 minutos de duração. As senhas são distribuídas em quatro horários (9h30, 11h30, 13h30 e 15h30)
 - A idade mínima para visitar a cobertura é 12 anos. As pessoas com idade entre 12 e 18 anos só podem acessar a instalação acompanhados por responsáveis.
 - O ingressos para os espaços expositivos, e que permite também a subida à cobertura custam R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia). Moradores de Niterói que levarem identidade e comprovante de residência tem entrada gratuita. Às quartas, o acesso ao Museu é gratuito a todos os visitantes.



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