quarta-feira, 23 de julho de 2014

Mira Digital

Quando a Tecnologia torna-se aliada da Segurança Pública

Os pesquisadores Miguel Angelo Gaspar Pinto e Fred Tannnenbaum
Um sistema que acoplado a uma arma de fogo permite ao usuário acertar o alvo com maior precisão e sem precisar expor a sua integridade física. Esta é a base do projeto “MiraDigital” desenvolvido pela ThinkTank, uma empresa de pesquisa e desenvolvimento de tecnologia brasileira, com apoio da Femptec, Fundação de Empreendimentos, Pesquisa e Desenvolvimento Institucional, Científico e Tecnológico do Rio de Janeiro, especializada há 10 anos na gestão e desenvolvimento de projetos. 
A invenção – patenteada em 2009 no INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial) acaba de chegar ao final de sua primeira fase, com a impressão do primeiro protótipo em 3D, que foi possível graças ao Auxílio a Projetos de Inovações Tecnológicas (ADT1) da Faperj – Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro. A primeira versão do software foi criada graças ao auxílio do Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq).
         “A MiraDigital é uma invenção útil tanto para as Forças de Defesa quanto para a Segurança Pública, pois permite que o policial acerte o alvo com precisão, podendo estar inclusive protegido do fogo adversário. Além disso, o usuário pode receber apoio tático e ter a sua ação supervisionada,  já que o sistema é capaz de transmitir os dados em tempo real, além de armazená-los no próprio aparelho e numa Central de Comando, entre muitas outras funções”, afirma Mestre em Engenharia Elétrica  e Doutor em métodos de apoio à decisão, Miguel Angelo Gaspar Pinto, coordenador do projeto Mira Digital e um dos sócios da ThinkTank.
Um dos desafios vencidos nesta primeira etapa da pesquisa foi de transformar a ideia em realidade, adaptando o projeto digital ao primeiro exemplar físico, desenvolvendo o design do protótipo, que foi possível graças a um estudo minucioso realizado pelo designer de produto e tecnologista Fred Tannenbaum, também sócio da ThinkTank.  Coube à Femptec a gestão e administração do projeto, operacionando recursos financeiros, técnicos e humanos.
Para aprimorar o aparato e comprovar a relevância da MiraDigital, os pesquisadores buscaram desde o início o diálogo com as Forças de Defesa nacionais: a Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, através do seu Núcleo de Assuntos Estratégicos, o Exército e a Marinha, através de seus Núcleos de Inovação Tecnológica. Em seguida, o projeto foi também apresentado à Secretaria de Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro, e todos os órgãos confirmaram o interesse no desenvolvimento da nova tecnologia. 
“O objetivo primordial de qualquer força de defesa é de proteger, e esperamos que a MiraDigital contribua com esta ideia, com o tiro sendo sempre o último recurso. O sistema auxilia não só a auto-defesa, mas também à auditoria das operações, já que tudo é registrado pelas câmeras” afirma o pesquisador Miguel Angelo.
Atualmente, os sócios estão em negociações com empresas de grande porte e fundos de investimento para obter os recursos necessários para inserir o produto no mercado.


Como funciona a MiraDigital
Entenda o passo-a-passo da invenção

1 - A MiraDigital é composta por um sistema de duas partes: a primeira que contém um “microcomputador” mas sem tela, com uma câmera, unidos num invólucro com design criado para ser acoplado à arma. A segunda parte é composta por um “smart glass” (óculos inteligente), que retransmite a imagem diretamente para as lentes do óculos, podendo assim ser visualizado pelos olhos do usuário.
2- A primeira parte é adaptada ao “picatinny” da arma, que é o local onde se encontra o trilho, usado frequentemente para outros acessórios como a mira à laser e a lanterna.
3 – A partir do momento em que o aparato é ligado pelo usuário, incializa-se o software MiraDigital, que permite a transmissão da imagem gerada exatamente da direção de onde se aponta a arma.
4 - A imagem captada pela câmera é processada e sofre uma compressão para ser transmitida ao segundo processador, ligado aos óculos em sistema wirelless e em tempo real. O software auxilia na mira do alvo, e mostra também a probabilidade de acerto na “tela” (no caso nas lentes dos óculos).
5 - Há ainda outras funcionalidades que estão sendo adicionadas ao software, como, por exemplo, o cálculo da distância em que o alvo está do usuário, e a divulgação da probabilidade de precisão no tiro. Todas estas informações seriam mostradas nas lentes dos óculos.







Nenhum comentário:

Postar um comentário