Quando a Tecnologia
torna-se aliada da Segurança Pública
Os pesquisadores Miguel Angelo Gaspar Pinto e Fred Tannnenbaum |
Um sistema que
acoplado a uma arma de fogo permite ao usuário acertar o alvo com maior
precisão e sem precisar expor a sua integridade física. Esta é a base do
projeto “MiraDigital” desenvolvido pela ThinkTank, uma empresa de pesquisa e
desenvolvimento de tecnologia brasileira, com apoio da Femptec, Fundação de
Empreendimentos, Pesquisa e Desenvolvimento Institucional, Científico e
Tecnológico do Rio de Janeiro, especializada há 10 anos na gestão e
desenvolvimento de projetos.
A invenção
– patenteada em 2009 no INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial) acaba
de chegar ao final de sua primeira fase, com a impressão do primeiro protótipo
em 3D, que foi possível graças ao Auxílio a Projetos de Inovações Tecnológicas
(ADT1) da Faperj – Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado
do Rio de Janeiro. A primeira versão do software foi criada graças ao auxílio
do Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq).
“A MiraDigital é uma invenção útil
tanto para as Forças de Defesa quanto para a Segurança Pública, pois permite
que o policial acerte o alvo com precisão, podendo estar inclusive protegido do
fogo adversário. Além disso, o usuário pode receber apoio tático e ter a sua
ação supervisionada, já que o sistema é
capaz de transmitir os dados em tempo real, além de armazená-los no próprio
aparelho e numa Central de Comando, entre muitas outras funções”, afirma Mestre em Engenharia Elétrica
e Doutor em métodos de apoio à decisão, Miguel
Angelo Gaspar Pinto, coordenador do projeto Mira Digital e um dos sócios da
ThinkTank.
Um dos desafios vencidos nesta primeira etapa da
pesquisa foi de transformar a ideia em realidade, adaptando o projeto digital
ao primeiro exemplar físico, desenvolvendo o design do protótipo, que foi
possível graças a um estudo minucioso realizado pelo designer de produto e
tecnologista Fred Tannenbaum, também sócio da ThinkTank. Coube à Femptec a gestão e
administração do projeto, operacionando recursos financeiros, técnicos e
humanos.
Para aprimorar
o aparato e comprovar a relevância da MiraDigital, os pesquisadores buscaram
desde o início o diálogo com as Forças de Defesa nacionais: a Polícia Civil do
Estado do Rio de Janeiro, através do seu Núcleo de Assuntos Estratégicos, o
Exército e a Marinha, através de seus Núcleos de Inovação Tecnológica. Em seguida,
o projeto foi também apresentado à Secretaria de Ciência e Tecnologia do Rio de
Janeiro, e todos os órgãos confirmaram o interesse no desenvolvimento da nova
tecnologia.
“O
objetivo primordial de qualquer força de defesa é de proteger, e esperamos que a
MiraDigital contribua com esta ideia, com o tiro sendo sempre o último recurso.
O sistema auxilia não só a auto-defesa, mas também à auditoria das operações,
já que tudo é registrado pelas câmeras” afirma o pesquisador Miguel Angelo.
Atualmente,
os sócios estão em negociações com empresas de grande porte e fundos de
investimento para obter os recursos necessários para inserir o produto no
mercado.
Como
funciona a MiraDigital
Entenda
o passo-a-passo da invenção
1 - A MiraDigital é composta por um sistema de duas partes: a
primeira que contém um “microcomputador” mas sem tela, com uma câmera, unidos
num invólucro com design criado para ser acoplado à arma. A segunda parte é
composta por um “smart glass” (óculos inteligente), que retransmite a imagem
diretamente para as lentes do óculos, podendo assim ser visualizado pelos olhos
do usuário.
2- A primeira
parte é adaptada ao “picatinny” da arma, que é o local onde se encontra o
trilho, usado frequentemente para outros acessórios como a mira à laser e a
lanterna.
3 – A partir
do momento em que o aparato é ligado pelo usuário, incializa-se o software
MiraDigital, que permite a transmissão da imagem gerada exatamente da direção
de onde se aponta a arma.
4 - A imagem
captada pela câmera é processada e sofre uma compressão para ser transmitida ao
segundo processador, ligado aos óculos em sistema wirelless e em
tempo real. O software auxilia na mira do alvo, e mostra também
a probabilidade de acerto na “tela” (no caso nas lentes dos óculos).
5 - Há ainda outras funcionalidades que estão sendo
adicionadas ao software, como, por exemplo, o cálculo da distância em que o
alvo está do usuário, e a divulgação da probabilidade de precisão no tiro. Todas
estas informações seriam mostradas nas lentes dos óculos.
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