(foto: Alex Ferro/ Rio 2016) |
Velejadores
destacam importância da competição que acontece de 2 a 9 de agosto na Marina da
Glória
Os atletas da vela
serão os primeiros a sentir o clima dos Jogos Rio 2016. Em menos de um mês,
entre os dias 2 e 9 de agosto deste ano, a Marina da Glória - palco oficial das
competições daqui a dois anos - receberá velejadores de todo o mundo para o
evento-teste da modalidade. A competição, que contemplará as 10 classes
Olímpicas, reunirá 324 atletas e 250 embarcações de aproximadamente 34 países.
E será a primeira de uma série de 45 eventos esportivos nos locais de competição
dos Jogos, que permitirão aos atletas e ao Comitê Organizador ensaiar para
o grande espetáculo que está sendo preparado para 2016.
Dona da única medalha da vela feminina brasileira,
Isabel Swan acredita que o evento será um marco na preparação da cidade para os
Jogos. “É uma oportunidade de o Brasil mostrar ao mundo que está bem preparado
para os Jogos. Será como um primeiro ensaio, até mesmo porque, no período dos
Jogos, a tendência é que a equipe de operação e o número de atletas sejam
maiores. Para os atletas, é um treinamento de luxo”, afirma Isabel, que
conquistou o bronze ao lado de Fernanda Oliveira na classe 470 nos Jogos
Pequim 2008.
Para Jorge Zarif,
campeão mundial júnior e sênior, a competição será um divisor de águas no
calendário Olímpico. “Estou acostumado a enfrentar os melhores atletas
internacionais em regatas em todo o mundo, mas competir com eles no Rio, na
raia Olímpica, vai ser diferente. Vai dar uma sensação legal de que os Jogos
estão cada vez mais perto”, acredita Zarif, da classe Finn, eleito melhor atleta brasileiro em 2013.
Bicampeão
Olímpico, Robert Scheidt, da classe Laser, tem no currículo a participação em
cinco eventos-teste. O atleta destaca a importância da competição.
“É a hora
de colocar em prática toda a parte de operação das regatas, avaliar o que deu
errado e corrigir para que o torneio Olímpico seja perfeito tecnicamente. Os
atletas aproveitam para conhecer a raia, as instalações e analisar o
deslocamento que terão que fazer da Vila até o local da prova, mas o
fundamental para nós é que tudo esteja bem ajustado dentro da água”, avalia o
brasileiro, lembrando que, entre o evento-teste e os Jogos, as instalações
costumam ter um grande ganho de infraestrutura.
“Em
Atlanta e Sydney, os eventos-teste foram disputados em instalações provisórias.
Em Atenas, o local de competição ganhou novos espaços, como salas e
restaurante, no período dos Jogos”.
Walter
Böddener, líder de competição esportiva de vela do Comitê Rio 2016, lembra que
o evento também será uma grande oportunidade de testar as condições climáticas.
“A vela é
um esporte que depende muito das condições climáticas, a maré e o vento, então
é essencial ter a oportunidade de conhecer o local e testar tudo antes dos
Jogos. Para o Comitê, será uma oportunidade de avaliar fatores importantes,
como a operação, o gerenciamento de prova e os equipamentos, e fazer os ajustes
necessários. Será a maior competição já realizada no país. Para os atletas, é
uma chance de conhecer a raia Olímpica e, por isso, esperamos os principais
nomes da modalidade aqui”, explica Böddener, técnico campeão Olímpico e
tricampeão Pan-americano.
O
evento-teste deverá contar, de fato, com os principais nomes internacionais da
modalidade. Entre maio e junho, quatro atletas internacionais da classe Finn
estiveram por duas semanas na cidade conhecendo as raias Olímpicas em
treinamentos comandados pelo técnico francês François Le Castrec. Campeão
Olímpico na classe Star nos Jogos Londres 2012, o sueco Max Salminen, que agora
compete na Finn, destacou a complexidade dos trajetos onde defenderá o ouro nos
Jogos Rio 2016.
“As
regatas Olímpicas têm tudo para serem muito fortes. Por causa das montanhas que
cercam a Baía de Guanabara o vento varia muito de intensidade e direção,
criando um grande desafio para os velejadores. As raias de competição são muito
diferentes entre si e isso vai exigir muito tecnicamente. O evento-teste será
mais uma oportunidade de velejarmos no Rio e de termos mais informações sobre o
local de competição. Pretendo voltar muitas vezes até 2016 e treinar o maior
número de vezes que eu puder na Baía de Guanabara”, destaca o europeu.
Para
o francês Jonathan Lobert, medalhista de bronze em Londres, a qualidade da água
na Baía de Guanabara não representará um problema para a competição
Olímpica.
“A
poluição do mar é um problema comum nas grandes cidades do mundo. Já disputei
competições com a água nas mesmas condições que encontramos aqui em Barcelona e
nos Jogos de Pequim. O volume de sujeira varia de acordo com o clima e a maré.
O que atrapalha a prática esportiva é o lixo de maior volume, como garrafas e
caixas, que podem agarrar ou bater no barco, e tenho certeza que daqui até os
Jogos tudo será feito para que não tenhamos problemas com esse tipo de coisa”,
acredita o francês.
Um
segundo evento-teste de vela - desta vez com competições Olímpicas e Paralímpicas
- será realizado em agosto de 2015, na Baía de Guanabara. Para a Federação Internacional
de Vela (ISAF), a realização dos eventos é fundamental na preparação da
instalação para receber os Jogos Rio 2016.
"Os
dois eventos-teste que serão realizados até 2016 serão importantes para avaliar
tudo que envolve as disputas da vela, mas especialmente a área de competição.
Os dois eventos acontecerão em agosto, então os atletas poderão conhecer as
condições de água e ventos similares às que competirão nos Jogos. É também um
teste para a cidade e uma avaliação para a ISAF, que está acompanhando de perto
o trabalho do Comitê Rio 2016 para construir uma ótima instalação para a
vela", explica Alastair Fox, chefe de competições. (Fonte: Rio 2016)
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