quarta-feira, 21 de maio de 2014

A Europa a seus pés

As bailarinas niteroienses Désirée Thompson e Adriana Mendes fazem sucesso na carreira internacional

Por Luana Dias

Adriana Mendes (foto: divulgação/ Yan Revazov)
A dança – expressão máxima do corpo e da alma – é uma arte que atravessa fronteiras, e que consegue exprimir – mesmo sem palavras – sentimentos, histórias e paixões por onde passa. E é exatamente nesta expressão artística que duas niteroienses resolveram trilhar o seu caminho e ganhar o mundo, cada qual no seu estilo: Adriana Mendes Désirée Thompson.   

Adriana Mendes é daquelas mulheres que chamam atenção pela presença e exotismo. Do alto dos seus 37 anos, a bailarina niteroiense deu os seus primeiros passos no mundo da dança aos 3 anos, e em seguida iniciou sua formação na Escola Estadual de Dança Maria Olenewa, tendo passado também pela Escola Brasileira de Artes. Há 11 anos, seu caminho cruzou com o Velho Continente, conquistando de vez seu “lugar ao sol” na Alemanha.
“Cheguei aqui através de um amigo brasileiro que estudou dança no Rio, e me perguntou se eu gostaria de dançar na Europa. Ele já vivia há muitos anos fora e fez uma linda carreira. Nunca tinha passado pela minha cabeça morar na Alemanha, foi tudo muito espontâneo. Depois de menos de duas senanas, cheguei a Berlim; fiz várias audições e consegui um contrato exatamente onde eu queria: no Balé da TV Alemã, onde todos bailarinos têm formação clássica, mas com repertório bem diversificado” conta Adriana.
Bela, versátil e exótica
(foto: divulgação/ Yan Revazov)
  De lá pra cá a carreira continuou a deslanchar: após diversas apresentações e turnês internacionais, ela chegou a receber o contrato de solista, porém, após 50 anos de história, a companhia chegou ao seu fim. Após isso, Adriana Mendes decidiu seguir a carreira de free lancer, dançando em diversas produções, principalmente com o grupo German Dance Sensation.

Por conta da beleza e atitude, foi convidada recentemente pelo fotógrafo Yan Revazov – também residente em Berlim – para realizar um ensaio fotográfico que ilustra a nossa matéria. Apesar de se considerar pequena para ser modelo – ela tem “apenas” 1, 68m - Adriana irradia fotogenia e vez por outra é convidada também para eventos de moda.
            A beleza e a interpretação marcante de outra niteroiense também conquistou a atenção e as lentes de um fotógrafo, em outro país da Europa: a França. Com dupla nacionalidade, a bailarina, coreógrafa, pédagoga e pesquisadora Désirée Thompson estrelou recentemente um ensaio em Montmartre – coração da boemia artística de Paris – feito pelo fotógrafo Philippe Gressien.
             
Désirée Thompson (foto divulgação/ Philippe Gressien)
Há 20 anos, Désirée resolveu partir para a terra-natal de seu avô e de sua mãe – a mestra de dança também franco-brasileira Renée Simon, falecida em 2012 - onde cursou a escola do Conservatório da cidade de Angers, obtendo em seguida contratos para as produções do consagrado ballet da Opéra de Paris. Foi nesta época que a bela se estabeleceu na “cidade-luz”, e dali não mais saiu. 
Désirée já realizou turnês na França, com diversos coreógrafos, e como professora, desde 1998 se especializa no Método “Barres Flexibles” de Wilfride Piollet, pedagoga e bailarina étoile da Opera de Paris. Desirée ensina o método na Instituição Francesa Maison d’Éducation de la Légion d’Honneur em Saint Germain.

Pela sua interpretação marcante, a bailarina foi convidada também a fazer cinema, tendo protagonizado o curta-metragem “Un désert Onduleux” (Um deserto onduloso), filmado no Sul da França e já exibido em diversos festivais.
Projetos que ligam a França ao Brasil
(foto: divulgação/Philippe Gressien)
Uma das suas mais recentes pesquisas é baseada numa especialização em Dança Barroca, realizada com a “Compagnie Divertimenty”, formaçāo regida pelo Ministério da Cultura Francês. Diretora artística da Associação Express-art, ela elabora agora um projeto que promete unir Brasil e França, num encontro multidisciplinar atingindo um público amador e profissional, ao redor da dança erudita e popular dos dois países.

            “Quero seguir fazendo pontes entre os dois países que estão na minha alma e no meu coração: França e Brasil. A arte não tem fronteiras” finaliza Désirée.

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