O
crescimento do número de títulos brasileiros exibidos é diretamente
proporcional ao aumento da produção audiovisual nacional
* Por Cristiana Giustino
* Por Cristiana Giustino
"Gabriel e a Montanha" (foto divulgação) |
Aumento da produção de filmes
Esse fenômeno não se limita à Première
Brasil. Os festivais de cinema brasileiros são hoje a principal plataforma de
lançamento do cinema nacional e a cada ano exibem mais títulos. Mas como crescem
estes números em um contexto de crise? Esse crescimento não vem de hoje. O
principal mecanismo responsável pelo aumento da produção audiovisual brasileira
chama-se Fundo Setorial do Audiovisual, fundo público de investimento criado em
2006 após anos de demanda dos setores envolvidos, com o objetivo de fomentar o
desenvolvimento articulado de toda a cadeia produtiva da atividade audiovisual
no Brasil.
A previsão para 2017 é de um novo recorde de filmes lançados, com destaque para animações |
Com a aprovação de Lei 12.485 em 2011 – a
chamada Lei das Teles –, o FSA ganhou corpo e é hoje a principal ferramenta de
investimento público no audiovisual brasileiro. É um dos fundos federais de
melhor execução do país (ainda assim, menos de 70% do valor disponível é
efetivamente investido) graças à articulação do setor e de órgãos como a
Ancine, e suas reservas chegam a quase R$ 1 bilhão por ano. O investimento é público,
porém, com lógica de mercado. O FSA participa das receitas dos filmes nos quais
investe até que o valor desta participação seja igual ou maior ao valor investido
no projeto.
Ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, em lançamento recente (foto Luana Dias) |
O Fundo também participa dos chamados
arranjos regionais, parcerias com as esferas estaduais e municipais para
realização de chamadas públicas locais, como é o caso dos editais SP Cine, dos
antigos editais da RioFilme e dos editais de produção previstos no programa “Niterói:
Cidade do Audiovisual", lançado no mês passado.
Mas nem tudo são flores. Mesmo com o aumento da produção, ainda tímido se comparado a outros países com mecanismos
similares, muitos dos filmes realizados têm nos festivais nacionais e
internacionais sua única plataforma de exibição. Este fato deve-se ao principal
gargalo da cadeia produtiva audiovisual do país: a distribuição. Apesar do FSA
também prever mecanismos de fomento para este elo, ainda não foram postas em
prática soluções efetivas para que os filmes produzidos alcancem um maior
número de espectadores.
O que assistir na Première Brasil
A principal
característica da produção nacional é a sua diversidade de gêneros, estilos e
temáticas. Criamos uma lista de longas em exibição na Première Brasil que
expressa essa diversidade.
Bio (ficção/documentário), de Carlos
Gerbase
Eu, Pecador (documentário), de Nelson Hoineff
Henfil (documentário), de Angela Zoé
Entre irmãs (ficção), de Breno Silveira
<<<Severina (ficção), de Felipe Hirsch (ficção)
Praça Paris (ficção), de Lúcia Murat
Legalize Já! (ficção), de Johnny Araújo e Gustavo Bonafé
Motorrad (ficção), de Vicente Amorim
Dedo na Ferida (documentário), de Silvio Tendler
Eu, Pecador (documentário), de Nelson Hoineff
Henfil (documentário), de Angela Zoé
Entre irmãs (ficção), de Breno Silveira
<<<Severina (ficção), de Felipe Hirsch (ficção)
Praça Paris (ficção), de Lúcia Murat
Legalize Já! (ficção), de Johnny Araújo e Gustavo Bonafé
Motorrad (ficção), de Vicente Amorim
Dedo na Ferida (documentário), de Silvio Tendler
Iran (documentário), de Walter Carvalho>>>
Açúcar (ficção), de Renata Pinheiro e Sérgio Oliveira
Como é cruel viver assim (ficção), de Júlia Rezende
Berenice Procura (ficção), de Allan Fiterman
SLAM: Voz de Levante (documentário), de Tatiana Lohmann e Roberta Estrela D'Alva
Animal Cordial (ficção), de Gabriela Amaral Almeida Première
Boas Maneiras (ficção), de Juliana Rojas e Marco Dutra
Pastor Cláudio (documentário), de Beth Formaggini
Açúcar (ficção), de Renata Pinheiro e Sérgio Oliveira
Como é cruel viver assim (ficção), de Júlia Rezende
Berenice Procura (ficção), de Allan Fiterman
SLAM: Voz de Levante (documentário), de Tatiana Lohmann e Roberta Estrela D'Alva
Animal Cordial (ficção), de Gabriela Amaral Almeida Première
Boas Maneiras (ficção), de Juliana Rojas e Marco Dutra
Pastor Cláudio (documentário), de Beth Formaggini
Confira a programação completa da
Première Brasil no site do Festival do Rio.
*Cristiana Giustino é pesquisadora de
conteúdo e analista de projetos culturais
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