No Brasil, o câncer de próstata é o
segundo mais comum entre os homens, atrás apenas do câncer de pele
não-melanoma. Essa alta incidência é devida a fatores genéticos e ao aumento de
idade da população, mas a displicência com a saúde masculina e,
consequentemente, o diagnóstico tardio, é um fator que agrava o impacto da
doença. Essa resistência gera desinformação e medo, que contribuem para manter
o homem privado dos avanços da medicina. Para quebrar esse tabu que ameaça
vidas, diversas instituições promovem o Novembro Azul, mês consagrado à
campanhas de conscientização dos homens em todo país.
Entre elas, destaca-se a Fundação do
Câncer, que promove seu Novembro Azul reforçando que “para ser homem é preciso estar vivo”. A campanha,
que tem como objetivo conscientizar esse público sobre a importância da
promoção da saúde do homem e do diagnóstico precoce do câncer de próstata,
conta com postagens informativas em suas redes socais, ao longo de todo o mês,
além de parcerias especiais para gerar ainda mais engajamento com a causa.
Ainda em 2018, são previstos mais de
68 mil novos casos de câncer de próstata no país, de acordo com o Instituto
Nacional de Câncer (Inca). A estimativa se repete para 2019. Por causa da falta
de informação, do medo e do preconceito sobre como lidar com a saúde, grande
parte desses casos são diagnosticados tardiamente, o que causa mais
complicações ao paciente. A realização de um simples exame de sangue, do exame
de toque e visitas regulares ao urologista são determinantes para o diagnóstico
precoce não só do câncer de próstata, mas de outras doenças, como por exemplo,
diabetes, hipertensão arterial e dislipidemias.
O movimento Novembro Azul, criado a partir do Dia Mundial do Combate ao Câncer de Próstata, 17
de novembro, foi pensado para mostrar a importância da detecção precoce do câncer
de próstata.
“Como esse câncer é silencioso na sua
fase inicial, a única forma de diagnosticá-lo antes de haver metástase é indo
ao médico e repetindo essa avaliação periodicamente. Quem aguarda algum sinal
ou sintoma estará sempre atrasado, principalmente aqueles que têm parentes de
primeiro grau com câncer de próstata ou de mama. Embora a maior parte das
pessoas ainda não saiba, a ocorrência de câncer de mama em parentes de primeiro
grau do sexo feminino também parece representar mais chances de desenvolvimento
de câncer de próstata no homem”, esclarece o Dr. Valter Javaroni, urologista do
Hospital Fundação do Câncer.
O especialista reforça ainda que “o
exame do toque retal é a única forma de avaliar a textura da glândula e
identificar anormalidades como nódulos ou áreas endurecidas. É importante
ressaltar que ele não pode ser substituído por outros exames de imagem, nem
mesmo pela ressonância”.
A disfunção erétil, um dos sintomas
que mais impacta na qualidade de vida do homem, também pode estar relacionada a
problemas cardiovasculares e ao colesterol elevado, por exemplo. Dificuldade ou
urgência repentina para urinar, incapacidade de controlar o fluxo urinário ou a
sensação de que a bexiga não foi completamente esvaziada também podem ser
indicadores de doenças da próstata, inclusive de câncer.
Por isso, a recomendação é que homens
a partir dos 50 anos procurem anualmente o urologista para realizar o exame de
toque e o PSA. Aqueles que têm histórico de câncer de próstata na família devem
realizar consultas anuais já a partir dos 40 anos de idade.
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