segunda-feira, 6 de agosto de 2018

Especialistas debatem rumo da saúde no Brasil

Fiocruz recebeu encontro nacional de saúde entre os dias 26 e 29 de julho de 2018

Por Christian Jafas *


 
Saúde. Democracia. Desigualdade. Violência. Essas foram algumas das palavras mais ouvidas durante a abertura do 12º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva, que aconteceu na quarta passada, 26/07, no campus Manguinhos da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Com o lema "Fortalecer o SUS, os direitos e a democracia", o encontro que reúne especialistas e estudantes de todo o Brasil e da América Latina já se iniciou com tom notadamente político, a começar pelo nome do local escolhido para a cerimônia, Tenda Marielle Franco, em homenagem a vereadora assassinada em março deste ano. Annielle Franco lembrou a trajetória de lutas da irmã e a pauta em defesa da Saúde Pública. Os mais de 3 mil presentes fizeram Anielle se emocionar com o grito de “Marielle, presente”. Gastão Wagner, presidente da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), fez questão de enfatizar que a vereadora também dá nome ao congresso ao se referir diversas vezes ao evento como Abrascão Marielle e ainda reforçar o tom político. “A gente vem ao Abrascão para trocar ideias, discutir, aprender e tirar diretrizes e plataformas para nossa ação nos próximos anos em cada local, em cada sala de aula, em cada serviço de saúde e nos nossos movimentos sociais. A gente vem para carregar nossa energia e confirmar para nós e para a sociedade que a esperança somos nós.” 

Convidada para a palestra de abertura, Michelle Bachelet, ex-presidenta do Chile e representante da Organização Mundial da Saúde (OMS), manteve a sintonia ao dizer que não se pode falar em saúde sem antes falar da saúde da democracia. “Temos que melhorar as condições sociais para que os direitos das pessoas possam ser exercitados. Não para alguns, mas para todos”. Ao fazer uma análise do panorama da Saúde Pública na América Latina, Bachelet destacou que a maioria da população desses países só consegue o acesso aos serviços de saúde através do setor público e por isso o foco deve sempre ser nas pessoas. “O estado atual de nossos sistemas públicos de saúde é estruturado de acordo com a evolução demográfica e econômica, mas, sobretudo, pela ação política de nossos países. É preciso marcar os limites do tolerável e do remediável. Falar sobre saúde publica é falar sobre o tipo de país que temos, podemos e devemos construir”, concluiu. 
Ato de lançamento da 16ª CNS (foto de Peter Ilicciev/Abrasco)
Projetar o Brasil que podemos e devemos construir foi a missão de especialistas de diversos campos do saber que se reuniram no Abrascão 2018 entre os dias 26 e 29 de julho na Fiocruz. Do discurso à prática, no sábado, 28 de julho, um ato em frente ao Castelo Mourisco lançou oficialmente a 16ª Conferência Nacional de Saúde que irá ser realizada em julho de 2019. Fundamental para a consolidação da nossa democracia, a conferência é a maior instância de participação popular em saúde, um fórum de debates que fomenta novas propostas sendo prevista na Constituição Cidadã de 1988. 

Quer saber mais sobre o Abrascão? A organização do evento disponibilizou transmissão online das principais mesas e palestras. O conteúdo, na íntegra, segue no canal da Abrasco no YouTube. Veja nos links como acessar e leia a reportagem sobre o congresso na nossa edição impressa do mês de agosto. 
 
Site da Abrasco: www.abrasco.org.br


* Christian Jafas em colaboração especial para o Jornal Casa da Gente

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