sábado, 15 de dezembro de 2018

Niterói: uma cidade literária


A Festa Literária de Niterói - FLINIT - confirma a vocação cultural da cidade

Texto e fotos Verônica M. de Oliveira

Uma iniciativa bem-sucedida elevou Niterói à categoria de cidade capacitada para sediar uma feira literária. A primeira FLINIT – Feira Literária de Niterói, realizada no Praia Clube São Francisco no início deste mês de dezembro, reuniu 70 expositores e proporcionou uma clara demonstração de que os niteroienses têm valorizado cada vez mais ações em prol da cultura da cidade. Foram três dias intensos, com lançamentos de livros, sessões de autógrafos, oficinas para crianças e saraus de poesia, entre outras atividades. Por lá passaram nomes importantes da literatura como Joaquim Ferreira dos Santos, Mauro Ventura, Bruno Drummond, Silvio Barsetti e Paulo César Araújo.
De acordo com os organizadores, Celso Possas Júnior e sua filha Juliana a FLINIT foi organizada para atender a todos os gostos literários, das crianças aos adultos, além de promover a salutar convivência entre autores e leitores. “Nosso objetivo é apresentar a produção literária de Niterói e da região metropolitana do Rio, assim como estimular a leitura entre os jovens”, vaticinou.
Entre os expositores estavam o jornalista Luiz André Alzer que, em conjunto com outro colega de profissão Bruno Thys, fundou a Máquina de Livros. Trata-se de uma editora especializada em histórias reais ou não, mas que primam pela linguagem jornalística sensível e objetiva, sem deixar de lado a agilidade na concepção da obra. Alzeratuou na mediação dos debates que reuniram autores como, Joaquim Ferreira dos Santos, Mauro Ventura, Paulo César de Araújo, Bruno Drummond, Sílvio Barsetti e Leonardo Bruno. Após o debate, a editora lançou na feira a obra, “Uma vida de luta – a incrível história do padre que resgatou a devoção a São Miguel”, com a presença do escritor Leonardo Bruno e o Padre João Cláudio. Os escritores Mauro Ventura e Sílvio Barsetti também autografaram, respectivamente, “O espetáculo mais triste da Terra” e “A farra dos Guardanapos”, esse último editado pela Máquina de Livros.
Em contrapartida, a FLINIT também contemplou os escritores locais. É o caso de Neuza Feijó, de 77 anos, autora do livro “Saber não sei, mas posso te ajudar!”, que contou a trajetória de uma criança envolvida no incrível resgate de suas raízes históricas, apresentando a esse público, desde cedo, a relevância do exercício da pesquisa. Em sua sétima obra, ela contou a felicidade que está sentindo pela boa aceitação das crianças sobre o assunto exposto. Além da linguagem de fácil compreensão, o livro conta com ilustrações atraentes ao perfil do leitor.  “O interessante é presenciar o momento em que a criança se descobre na trama, atentando também para a necessidade da pergunta ‘quem sou eu?’ incutida no livro”, argumentou.
Em contrapartida, a feira literária presentou jovens escritores como Bruna Paiva, de 20 anos, que lançou “Um Diário para Alice”. Ela iniciou na literatura aos 13 anos de idade, quando começou a escrever um diário pessoal. A etapa seguinte envolveu a criação de um blog para compartilhar seu dom com outras pessoas. Aos 16 anos já lançava dois contos em antologias por editoras de São Paulo. E, em 2015, quando completou 17 anos, foi premiada com o título de melhor conto de terror daquele ano. Publicado inicialmente online em uma plataforma específica, o livro “Um Diário para Alice” ganhou a versão impressa através do sistema crowdfunding, mediante iniciativa da própria autora. “Essa é minha primeira feira com livro físico e está sendo uma satisfação ter esse contato com os possíveis leitores da minha trama”, ressaltou.
A presença da oficina de textos Bebel Pantaleão na FLINIT selou uma parceria da empresa com os organizadores no sentido de contribuir não somente na formação de leitores, como também na concepção de futuros escritores através do domínio da escrita. Para Márcia Pantaleão foi fundamental marcar presença institucional na primeira edição do evento, não com o cunho comercial, mas como apoiador de uma ação dessa envergadura. “É fundamental que nós incentivemos a literatura. Por isso, entramos como patrocinadores”, afirmou. O jornalista Bruno Thysrefletiu também sobre a expressividade da iniciativa. “Para uma cidade importante como Niterói, com uma população de quase 600 mil habitantes, é importante a existência de um evento literário desse porte”, contemporizou. Ele conta que foi um orgulho a Máquina de Livros marcar presença nessa edição e vaticinou que a editora estará nas próximas.


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