quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

Viradouro, Cubango, Sossego e Porto da Pedra apostam em bons enredos e na força das comunidades


Por Luana Dias
(Fotos: Luana Dias/Hyrinéa Borneo - arquivo Casa da Gente)
Caberá a Série A abrir a maratona de desfiles na Marquês de Sapucaí, nas noites de sexta e sábado de Carnaval. O grupo conta com três representantes de Niterói: Sossego, Cubango e Viradouro. Com sede em São Gonçalo, a Unidos do Porto da Pedra completa o time das agremiações que atravessam a Baía de Guanabara em busca do sonho de conquistar o título, e chegar à “elite” do carnaval carioca.  A tarefa não é simples: ao todo, 13 agremiações se enfrentam, sendo que mais da metade delas já esteve no Grupo Especial. 
Terceira escola a desfilar na noite de sexta-feira, a Acadêmicos do Sossego vem com o enredo “Ritualis”. Um dos destaques da azul-e-branca do Largo da Batalha é o samba, uma composição inteiramente sem verbo. A inovação vem da parceria de compositores liderada por Felipe Filósofo, que já haviam “ousado” nos anos anteriores com o samba sem rima (2016) e o samba em forma de diálogo (2017).  Outro ponto alto da azul e branco é a combinação harmônica entre a bateria, comandada por Mestre Átila e a força do canto de um dos veteranos da Sapucaí: o intérprete Nêgo.
Logo em seguida, será a vez da Unidos do Porto da Pedra se apresentar na Sapucaí, com o enredo: “Rainhas do Rádio – Nas ondas da emoção, o Tigre coroa as Divas da canção!”. Num ano em que vive dificuldades devido ao corte do apoio financeiro por parte da prefeitura de São Gonçalo, a agremiação aposta no canto e na alegria da sua comunidade. Um fato curioso é que o carnavalesco Jaime Cezário - que assina o enredo este ano - está mantendo até o último momento em segredo os protótipos (desenhos) das fantasias de alas, buscando guardar surpresas para a avenida.
O “Tigre”, símbolo maior da escola, vem no abre-alas com efeitos especiais e em movimento, e promete sacudir a galera. Outra atração será a cantora Ellen de Lima, que vai desfilar no último carro, como destaque principal, ao lado de Cesar Gomes, diretor da Rádio Nacional.
No sábado, entram em cena Unidos do Viradouro e Acadêmicos do Cubango, respectivamente a terceira e a quinta escolas a cruzarem o Sambódromo. Com o enredo: ”Vira a cabeça pira o coração. Loucos gênios da criação”, a vermelho-e-branca de Niterói  terá 1.700 componentes divididos em 22 alas. Após ficar a apenas alguns décimos do campeonato em 2017, a Viradouro espera retornar este ano ao Grupo Especial, e para isso, aposta em um desfile criativo e luxuoso, com um barracão e alegorias que devem fazer a diferença  na Série A. Além disso, a direção da escola tem apostado na organização e disciplina por parte das suas alas. O último ensaio de quadra da escola está marcado para terça, dia 6 de fevereiro.
Quinta escola a desfilar no sábado de Carnaval, a Acadêmicos do Cubango também conta com a força de sua comunidade para fazer a diferença. O enredo “O rei que bordou o mundo”, dos carnavalescos Gabriel Haddad e Leonardo Borá, é um dos mais festejados desta temporada, e irá trazer à tona a vida e obra do artista plástico Arthur Bispo do Rosário.
“Estamos ensaiando desde outubro do ano passado, cumprindo uma agenda rigorosa e planejada de treinos. Tenho certeza que a escola está motivada, se sentindo renovada e afiada para fazer um grande desfile. Todos absorveram a filosofia de que “escola que canta e evolui, disputa campeonato”, portanto a Cubango virá com toda certeza brigando ponto a ponto com as coirmãs pela parte de cima da tabela, podem esperar” afirma Daniel Katar, diretor de harmonia, que divide a função com Allan Guimarães.
 A verde-e-branca quer surpreender com relação ao quesito Comissão de Frente, que terá a frente o renomado bailarino e coreógrafo Sergio Lobato. Ela contará com 15 bailarinos, sendo 13 homens e duas mulheres, além do apoio técnico de Marcella Gil e Paulo Victor. Ao montar todo o trabalho artístico, ele participou de encontros com os carnavalescos para chegar às ideias e a coreografia que será apresentada no desfile oficial:
“O Bispo do Rosário é um dos personagens de muita complexidade, com um peso histórico  grande. Conversei muito com os carnavalescos, que me deixaram à vontade de escolher o que quero apresentar, e, através de pesquisa e livros, encontramos uma obra do Bispo que vamos representar na comissão. Todo o trabalho com o corpo de baile é autoral”, reforça o suspense.



ORDEM DOS DESFILES DA SÉRIE A
Sexta-feira
9 de fevereiro
Unidos de Bangu
Império da Tijuca
Acadêmicos do Sossego
Unidos do Porto da Pedra
Renascer de Jacarepaguá
Estácio de Sá

Sábado
10 de fevereiro
Alegria da Zona Sul
Acadêmicos de Santa Cruz
Unidos do Viradouro
Acadêmicos da Rocinha
Acadêmicos do Cubango
Inocentes de Belford Roxo
Unidos de Padre Miguel



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