A poetisa e atriz Eda Damásio lança, na próxima segunda-feira, dia 08 de setembro, às 19 horas, no saguão da Câmara de Vereadores de Niterói, o livro, editado pela NItpress, “César de Araújo – Memórias e Poemas”. Perseguido e preso na época do período ditatorial, César de Araújo teve 12 obras publicadas, organizou duas antologias, além de ter participado de vários movimentos culturais. Recebeu o Título de Cidadão Niteroiense conferido pelo Legislativo. Morto em 2006, o poeta capixaba, morou e sempre se dedicou à Cultura em Niterói.
Conhecido, também, por sua arte de interpretar poesias, César influenciou uma geração de escritores e artistas. Como estudante de Direito da Universidade Federal Fluminense (UFF), foi atuante na luta contra a ditadura usando a poesia como arma de protesto, sendo conhecido como o Poeta Universitário do Brasil, após publicação dos poemas “Canto de Morte” e “Enterro do Menino de Belém”, pelo jornal A Tribuna da Imprensa, em homenagem a Edson Luiz, estudante morto pela polícia.
Escolhido para representar o Estado do Rio de Janeiro no 1°Encontro Nacional de Poetas, em Fortaleza, foi preso ao ler seu poema “Da Liberdade”, que havia sido premiado no I° Festival de Poesia Falada em Niterói. Na época, toda a edição do livro foi queimada. Apesar da perseguição sofrida, a anistia só lhe foi concedida depois de sua morte.
Foi diretor da Casa de Cultura Euclides da Cunha, em Cantagalo, sendo obrigado a abandonar o trabalho devido à perseguição política. Foi diretor Cultural da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e do Centro Orcal de Cultura e Arte, tendo dirigido também a Casa Norival de Freitas, em Niterói.
Cesar foi um dos melhores declamadores que conheci. Quando nos encontravamos, ali na R. Dr. Celestino, proximo a livraria que frequentavamos, vinha sempre declamando poemas de Fernando de Pessoa. Aprendi sobre Pessoa com ele, com sua voz forte, um sorriso acolhedor. Uma pessoa super agradavel. Conheci em 1963, desde o inicio da organizacao da coletanea 37 poeta fluminenses. A gente se encontrava todas as sexta-feiras a noite, em sarau no Museu Antonio Parreiras. Admiravel ser humano.
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