segunda-feira, 21 de novembro de 2016

MAC Niterói recebe duas novas exposições

O Museu de Arte Contemporânea de Niterói (MAC) recebe duas novas exposições: “Irreflexo”, da artista Camila Paola, com curadoria de Beatriz da Matta; e “Era uma vez...”, de Vinícius Ferraz, com curadoria de Viviane Matesco. As duas instalações foram contempladas pelo edital da Fundação de Arte de Niterói. 
 De acordo com o diretor do MAC, Luiz Guilherme Vergara, os autores das duas mostras trazem uma pulsação fundamental para a expansão do sentido público do museu, enquanto afirmam o conceito de liberdade experimental da arte indissociável da abertura de suas intervenções, tanto para a arquitetura e paisagem, quanto para o indivíduo e sociedade. 

"Enquanto o pátio e a varanda do MAC acolhem as intervenções gráficas do Ferraz expressando os resíduos nos chãos e paredes das violências silenciadas sobre as infâncias partidas nas sombras de nossas grandes cidades; ‘Era uma Vez...’ conjuga gestos e marcas vermelhas com a ambigüidade da presença dos ursinhos que acompanham os imaginários afetivos das crianças. Ao mesmo tempo, Camila Paola propõe um percurso crítico e literalmente reflexivo da condição humana hoje espelhada para cada um pelas superfícies embaçadas  de ilusões e solidões de si mesmo”, ressalta Vergara.  
 Camila Paola vai apresentar uma instalação composta por 40 espelhos (60 x 40 cm) e uma vídeo performance. Os espelhos são colocados na parede, como quadros, um ao lado do outro, fazendo um caminho de reflexo. A varanda tem uma linda vista para a Baía de Guanabara, um belo local para se fotografar. Brincando com esta questão, junto aos espelhos, de forma discreta, estará um adesivo de ‘proibido fotografar’. Todos esses espelhos – metade em perfeito estado e metade danificada – têm o objetivo de provocar um questionamento sobre a obsessão da própria imagem, bem como do registro desenfreado que tem acontecido mais frequentemente nos dias atuais.
Na intervenção "Era uma vez...", o artista Vinícius Ferraz apresenta impressões e marcas vermelhas obtidas a partir de ursos de pelúcia. As marcas dos ursos invocam o método dos legistas que demarcam o corpo na cena do crime, mas também remetem à brincadeira de criança que contorna a mão. 
O trabalho se impõe com uma visualidade atrativa e contundente, brinca com a passagem do tempo, com o doloroso contato com a matéria. “Fazer uma impressão é marcar os traços de uma figura sobre uma superfície, requer gestualidade, implica, portanto uma dimensão táctil e visual em torno do corpo. Seja pela impressão ou pelo contorno, o que desaparece não fica invisível, torna-se memória que perpetua a ausência”, afirma Ferraz. Complementando a mostra, será exibido, na varanda, um vídeo com uma performance em que o artista carrega o urso do Rio até o MAC.

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