domingo, 16 de outubro de 2016

Precisamos falar sobre a Sífilis

Instituições apóiam a criação do Dia Nacional de combate à doença

Muitos países ao redor do mundo enfrentam problemas de Saúde Pública, em especial com a Sífilis. Está sendo realizada uma forte campanha para conseguir apoio para o Projeto de Lei da Câmara nº 146 de 2015, que institui o Dia Nacional de Combate à Sífilis e à Sífilis Congênita, a ser comemorado no terceiro sábado do mês de outubro de cada ano.
Dr. Mauro Romero Leal Passos
"Nós precisamos enfrentar o desafio: parar o avanço de casos de Sífilis no Brasil. Para isso, temos que tornar este problema muito mais visível para toda a sociedade" afirma Dr. Mauro Romero Leal Passos, chefe do Setor de DST da UFF.
 O Setor de Doenças Sexualmente Transmissíveis, MIP/CMB da Universidade Federal Fluminense, assim como a Sociedade Brasileira de DST, a Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia do Rio de Janeiro, SGORJ e a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia, FEBRASGO são algumas das instituições que apoiam esta mobilização.
O Senado Federal colocou este projeto em consulta pública no portal e-cidadania.
Para votar, basta acessar: http://www12.senado.leg.br/ecidadania/visualizacaomateria?id=123403, e votar "a favor".


O que é a Sífilis
Segundo dados do Ministério da Saúde, a sífilis é uma doença infecciosa causada pela bactéria Treponema pallidum. Podem se manifestar em três estágios. Os maiores sintomas ocorrem nas duas primeiras fases (sífilis recente ou primária e secundária), período em que a doença é mais contagiosa. O terceiro estágio (latente/tardia) pode não apresentar sintoma e, por isso, dá a falsa impressão de cura da doença.
Os primeiros sintomas da doença são pequenas feridas nos órgãos sexuais e caroços nas virilhas (ínguas), que surgem entre a 7 e 20 dias após o sexo desprotegido com alguém infectado. A ferida e as ínguas não doem, não coçam, não ardem e não apresentam pus. Mesmo sem tratamento, essas feridas podem desaparecer sem deixar cicatriz. Mas a pessoa continua doente e a doença se desenvolve. Ao alcançar um certo estágio, podem surgir manchas em várias partes do corpo (inclusive mãos e pés) e queda dos cabelos.
Após algum tempo, as manchas também desaparecem, dando a ideia de melhora. A doença pode ficar estacionada por meses ou anos, até o momento em que surgem complicações graves como cegueira, paralisia, doença cerebral e problemas cardíacos, podendo, inclusive, levar à morte.
Todas as pessoas sexualmente ativas devem realizar o teste para diagnosticar a sífilis, principalmente as gestantes, pois a sífilis congênita pode causar abortamento, má formação do feto e/ou morte ao nascer. O teste deve ser feito na 1ª consulta do pré-natal, no 3º trimestre da gestação e no momento do parto (independentemente de exames anteriores).
O cuidado também deve ser especial durante o parto para evitar sequelas no bebê, como cegueira, surdez e deficiência mental. Por isso, é importante fazer o teste para detectar a sífilis durante o pré-natal e, quando o resultado for positivo, tratar corretamente a mulher e sua parceria sexual, para evitar a transmissão vertical (mãe-filho durante a gravidez).
Os números são alarmantes no Brasil. Só no estado do Rio de Janeiro foram notificados em 2015 mais de 4.200 casos de sífilis em gestantes e mais de 2.900 casos de sífilis congênita. Número mais assustador, vergonhoso refere-se a 60 casos de óbitos por sífilis congênita no ano de 2015. Estes dados foram reportados apenas pela rede pública (SUS). Pois, a rede privada, que também atende casos de sífilis em grávidas não os notificam às autoridades de saúde pública, apesar de ser doença de notificação compulsória.
Para enfrentar esta epidemia, segundo o professor Mauro Romero, "o Ministério da Saúde vai apresentar nesta semana a Agenda de Ações Estratégicas para Redução da Sífilis Congênita no Brasil, que estabelece um rol de prioridades, visando à qualificação da atenção à saúde, na prevenção, assistência, tratamento e vigilância da sífilis".


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