domingo, 19 de abril de 2015

Maternidade em dose dupla

Mães falam das alegrias e dificuldades com a chegada do segundo filho
           
Maria Fernanda, com seu pequeno Victor e, no ventre,
Maria Cecília que nasce em junho
(foto acervo pessoal)
Um período de transformação – do corpo, da rotina, do tempo – assim é a maternidade. Uma etapa de descobertas físicas e psicológicas, que levam à mulher a um estado de felicidade, mas também de dúvidas de como será o dia-a-dia com o seu filho. A primeira gravidez é cercada destes sentimentos, somada à ansiedade criada pelo ‘desconhecido’. Mas e quando o casal se prepara para a chegada de um segundo filho? Será que a maturidade e experiência adquiridas fazem a diferença? A menos de um mês para o Dia das Mães, que será comemorado no domingo, dia 10 de maio, o CASA DA GENTE entrevistou quatro mães de “segunda viagem”, para conhecer melhor a rotina deste universo da maternidade dupla.
            A funcionária pública Maria Fernanda Marques, de 34 anos, está na contagem regressiva para dar à luz em junho à sua segunda filha, Maria Cecília. Segundo ela, com a experiência da primeira gravidez, os ‘medos’ clássicos de como será o parto ou se irá conseguir amamentar são bem menores. A atenção especial está virada para outro assunto: a preparação de Victor, de 5 anos, para a chegada da irmãzinha: 
Maria Eduarda com seu irmãozinho Hudson nos braços:
companheiros para toda a vida
            “Na primeira gravidez, nós 'só' aguardávamos um filho. Agora, na segunda vez, aguardamos uma filha e, ao mesmo tempo, uma irmã - e isso faz toda a diferença. Preparar o Victor para a chegada da irmã tem sido uma experiência bacana!” afirma Fernanda.
Nem sempre a adaptação é fácil. A assistente administrativa Michelle Abreu, de 32 anos, e mãe de Hudson, de apenas 25 dias, e Maria Eduarda, de 4 anos, conta que teve dificuldades no início.
“Maria Eduarda não conseguia entender que o fato de ter um irmão não tiraria a vez dela na família, e com isso, sofreu um pouco, ficou agressiva e 'respondona'. Mas após algumas conversas, ela viu que o irmão veio para somar e ser um companheiro pra vida dela” afirma Michelle.
A cake designer e dona de casa Érica Monteiro, mãe de Milena, de 5 anos e Murilo, de 5 meses, ressalta a relação de cumplicidade que se criou entre os dois filhos.
Erica Monteiro com a filha Milena e o pequeno Murilo
(foto acervo pessoal)
“A Milena adora o irmão, quer pegar, abraçar e brincar. Em alguns momentos chega a ser perigoso, pois com apenas 5 anos, ela às vezes não tem noção de perigo e a intensidade da sua força em relação ao bebê”, conta.
Mãe de duas meninas, a médica Erica Gualda, de 39 anos, ressalta o sentimento de amizade desenvolvido entre Gabriela, de 7 anos; e Rafaela, de 3 anos.
“São abraços, beijos de bom dia, carinhos trocados a todo instante; mas, é claro, também brigam muito - cada uma defendendo o seu ponto de vista”, revela Erica.
https://ssl.gstatic.com/ui/v1/icons/mail/images/cleardot.gif            Ser mãe pela segunda vez traz também uma sensação de maior segurança nas tarefas do cotidiano: desde o período de gestação até as trocas de fraldas e amamentação, coisas que numa primeira gestação são novidade, na segunda são rotinas mais calmas.
“Na primeira gravidez, você passa nove meses ‘alisando a barriga’, lendo tudo sobre a maternidade, cuidando da alimentação e do corpo; na segunda, suas prioridades passam a ser tudo o que diz respeito ao primeiro filho”, complementa Erica Gualda.
Erica Gualda, e as filhas Gabriela e Rafaela
(foto acervo pessoal)
Mas nem tudo são flores com a chegada do segundo filho: um grande desafio é a organização do tempo, que fica ainda mais “apertado”. 
“Somos eternas malabaristas! São necessidades, programas e demandas diferentes; você tem que viver buscando esse equilíbrio, para que nenhum dos filhos se sinta prejudicado” Erica Gualda.
“Eu estou duplamente acompanhada. Esse é um bônus dos filhos. O ônus é o caos, por exemplo, para sair de casa. São dois para dar banho, pentear, arrumar...E lá se vão algumas horas”, conta Michele Abreu, em meio a risos.
Maria Fernanda destaca ainda a importância da base familiar, em especial o companheirismo do pai das crianças.
“Um pai que não 'ajuda' simplesmente, mas que assume efetivamente o papel de pai faz toda a diferença. Os avós, os tios, um coletivo de pessoas repletas de amor - com vínculos de sangue ou não - dispostas a segurar as pontas, a dar aquele suporte quando necessário, é tudo de bom!”
            Em meio a todas as alegrias e dificuldades que aparecem com a chegada de um segundo filho, as mães se mostram felizes e confiantes com a escolha que fizeram de encarar uma nova gravidez.
“Passei muito tempo com a de ter um segundo filho, e agora posso afirmar: foi a melhor escolha! Dá trabalho, cansa... mas é a melhor coisa do mundo”, aconselha Michele Abreu.

“Não tenha dúvidas: seu coração é capaz de crescer de uma maneira que você nem imagina!”, finaliza Erica Gualda.

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