Ariana Rosa e a filha Lara |
Por Luana Dias
Dando continuidade à série de reportagens iniciada em maio,
o Jornal Casa da Gente traz à tona o perfil de mulheres contemporâneas que se
conectaram entre si, e decidiram unir forças num dos momentos mais singulares
da vida: ser mãe.
Dia após dia, elas tentam compreender os obstáculos,
respeitar os limites pessoais, ter paciência e se desvencilhar de culpas e
medos que podem atingir a mulher durante esta fase.
Ariana Silva Rosa, de 31 anos, é mãe de Lara Silva Rosa, de 2 anos. Moradora do Largo do Barradas, em Niterói, ela
tem uma rotina intensa que começa às 6h da manhã.
"Ao mesmo tempo que me arrumo para sair pro trabalho,
organizo a mochila da minha filha para a creche. Antigamente tentava fazer isso
à noite, mas percebia que perdia o pouco tempo que temos juntas fazendo isso.
Ela sai da creche às 17h em São Gonçalo; como trabalho no Rio, não chego a
tempo de buscá-la. Então normalmente quem busca são meus sogros; eles e dão o
jantar e ficam com ela até a nossa volta do trabalho. Passo na casa deles para
buscá-la e em seguida vou para a minha casa", conta.
A maternidade trouxe mudanças estruturais na vida de Ariana.
Para ela, ser mãe é ser valente, muito mais do que o sentido físico, mas no
mental.
Cassiane e Felipe |
"Aprendi também, ou pelo menos tento, não julgar as
escolhas de outra família. Só eles sabem onde o calo aperta. É muita gente
falando 'se eu fosse você', mas ninguém é, então não pode ter propriedade para
falar", conta.
A pedagoga e advogada Cassiane Oliveira Aleluia tem 31 anos e é mãe de Felipe Luiz, de 1 ano e
seis meses. Eles residem no bairro do Barreto, em Niterói.
"Pela manhã vou treinar CrossFit enquanto ele dorme. É
importante ter alguém da rede de apoio que possa ficar com o pequeno. Ao longo
do dia, me divido em audiências,
atendimento a clientes de forma autônoma e, como pedagoga em escola da
prefeitura de Niterói. Nesse tempo, ele fica uma parte do tempo com os avós e
outra na creche. À noite, dou atenção ao meu filho e às tarefas
domésticas", conta.
Para Cassiane, a maternidade a fez aprender na prática o
significado da palavra "empatia".
"Passei a olhar o mundo por outra ótica. Passei a
valorizar o fato de achar pessoas com quem posso compartilhar e ter empatia com
minhas questões", afirma.
Rita Mello e os três filhos |
Residente no bairro de Icaraí, a fotógrafa Rita Mello é mãe
de três crianças: Miguel, com 9 anos, Bella, 6 anos e Noah, com 2 anos. Apesar da experiência tripla, ela conta que a
cada filho, sentiu-se "reconstruindo" suas verdades sobre a
maternidade e sobre a vida. A
organização do tempo e do dia-a-dia também são desafiadores:
"Meus mais velhos estudam em horário integral e o meu
mais novo ainda não vai pra escola. Eu e meu marido trabalhamos em casa e temos
turnos de trabalho e de cuidar do pequeno, além de contarmos com um anjo,
chamado Andréa, que me ajuda com tudo em casa. A ideia é de seguir uma rotina
colaborativa, delegando funções possíveis para todos, pra não ficar pesado para
ninguém", confidencia.
Como o foco de sua fotografia é apenas mulheres em suas
diversas rotinas, cada etapa de trabalho acaba funcionando como se fosse uma
terapia.
"Ser mãe é caos e amor na mesma medida. E quando a
gente acha que atingiu o limite, de um ou de outro, os sentimentos crescem mais
e mais".
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