segunda-feira, 10 de abril de 2017

100 anos do Profeta Gentileza


Centenário será comemorado com evento nos Arcos da Lapa, 
nesta terça-feira, dia 11 de abril

O profeta Gentileza
(foto divulgação/Leonardo Guelman)
O profeta Gentileza completaria 100 anos no dia 11 de abril de 2017. Durante décadas, José Datrino, o profeta, se vestiu com uma bata branca decorada com apliques e carregou seu estandarte pelas ruas. Gentileza circulava, principalmente, entre as cidades do Rio de Janeiro e de Niterói, pregando nas praças e nas barcas. Sua frase mais conhecida “Gentileza gera Gentileza”, ficou eternizada nas suas pinturas.
Para comemorar seu centenário, nesta terça, dia 11 de abril, diversos artistas se reunirão nos Arcos da Lapa. “Gentileza deixou para o Rio de Janeiro uma grande contribuição para a arte pública e democrática. Nada mais adequado do que comemorar seus 100 anos com um evento gratuito e aberto a todos”, explica Leonardo Guelman, coordenador do projeto Rio com Gentileza e um dos principais estudiosos da obra do profeta. Além de Guelman, também idealizaram a homenagem Marianna Kutassy, Dado Amaral e Daniel Rolim.
            O evento começa às 18h, na sede do Grupo Tá Na Rua (Av. Mem de Sá, 35), na Lapa, com familiares do profeta presentes. Até às 21h, haverá apresentações de poesia, peças teatrais e música. Entre as atrações, está o grupo teatral Na Boa Companhia e os poetas Dado Amaral, Mano Melo, Pedro Lago, Pedro Rocha, Guilherme Zarvos, Chacal, Daniel Rolim e Monique Nix.
Vida de pregação - Nascido em Cafelândia, interior de São Paulo, Gentileza veio para o Rio em 1961, após ter tido uma visão, na época do Natal, que acreditara representar o fim dos tempos. Durante mais de 20 anos, pregou pelas ruas da cidade e deixou seus pensamentos nas pilastras de viadutos. No Rio, o profeta casou-se, virou dono de uma transportadora e teve cinco filhos. Considerado louco, passou por três internações.
Após um incêndio em um grande circo em Niterói, no qual mais de quinhentas pessoas morreram, Gentileza teve mais uma visão e resolveu dedicar-se somente ao mundo espiritual, mudando-se para o local, onde morou por quatro anos, o que gerou diversos boatos sobre sua vida. As pessoas acreditavam que sua conversão tinha se dado porque sua família havia morrido na tragédia. Gentileza morreu em 1996, mas sua obra se perpetuou.
Painéis tombados - A originalidade de seus painéis se espalhou por pilastras do viaduto do Caju, nos quais pintava seus pensamentos, com uma grafia incomum.  Os 56 painéis de Gentileza – hoje tombados – já foram restaurados em duas ocasiões, por meio do projeto Rio com Gentileza, da Universidade Federal Fluminense, coordenado pelo professor Leonardo Guelman, que também é autor de livros sobre o profeta: Univvverrsso Gentileza, Brasil Tempo de Gentileza e Livro Urbano do Profeta Gentileza, este último em co-autoria com Dado Amaral e Marianna Kutassy.

Nenhum comentário:

Postar um comentário