Diagnóstico e doses de penicilina podem combater uma doença com avanços assustadores nos últimos cinco anos.
No dia Internacional da Mulher (8 de março), o Setor de DST (Doenças Sexualmente Transmissíveis) da Universidade Federal Fluminense – UFF, juntamente com a Secretaria Municipal de Saúde, convida todas as mulheres a fazer o teste de sífilis. Sob o mote “Mulher, você pode viver melhor a sua liberdade com consciência e cuidado! Venha fazer o seu teste de sífilis!”, a campanha tem como objetivo sensibilizar o público feminino para a necessidade do diagnóstico, mas também da prevenção, através do uso do preservativo durante a relação sexual. Nos últimos cinco anos, a doença apresentou um avanço alarmante, passando de 1,2 mil para 65 mil casos.
O teste para sífilis será realizado na rede básica de saúde do Município de Niterói e no Instituto de Matemática da UFF, no Campus do Valonguinho, das 8h às 17h. A recomendação é que todas as mulheres se submetam ao teste, que é rápido, com resultado obtido em apenas 15 minutos. Se o diagnóstico for positivo, o tratamento é de eficácia comprovada, bastando apenas algumas doses adequadas de penicilina benzatina. No caso das grávidas, uma das maiores preocupações está na possibilidade da doença ser transmitida da mãe para o feto, a chamada sífilis congênita. Por isso, é preciso que a penicilina seja administrada com, pelo menos, 30 dias de antecedência do parto.
Dados do Ministério da Saúde apontam que existem 19.228 casos de sífilis congênita no Brasil, com o registro de 221 óbitos, apenas no ano de 2015. Dessas 221 mortes, 60 delas ocorreram no Rio de Janeiro, estado esse campeão nacional de registro de óbito fetal por sífilis. De acordo com o chefe do Setor de DST da Universidade Federal Fluminense, Dr. Mauro Romero Leal Passos, a sífilis já deveria ter sido eliminada no Brasil há muito tempo. Ele enfatiza que a doença é um caso recorrente para a saúde pública, em especial, a sífilis congênita, que é transmitida da mãe para o feto, podendo inclusive matar o bebê ainda no ventre da gestante.
Entendendo a doença
Surgida no século XV, a sífilis é uma doença infecciosa transmitida pela bactéria Treponema pallidum, que tem duas formas de contágio: pela relação sexual, sem o uso de preservativo, e pelo sangue contaminado, transmitido da mãe para o filho durante a gestação.
Trata-se de uma doença traiçoeira, pois, como os sintomas aparecem e somem de uma forma repentina, o diagnóstico pode ser retardado para quando a sífilis já estiver instalada. Nas crianças, com o tratamento adequado é possível reverter os sintomas da doença. A sífilis pode comprometer o sistema nervoso central e o sistema cardiovascular, além de órgãos como olhos, ossos e pele.
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