sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

Os 100 anos de Samba: Câmara de Niterói cria troféu Ismael Silva

Jorginho do Império e Grupo Linha de Frente
(fotos Luana Dias)
Ala dos Compositores da Mangueira
Com realização da Câmara de Vereadores de Niterói, diversas personalidades receberam das mãos do presidente daquela casa legislativa, Paulo Bagueira, o troféu Ismael Silva, fundador da 1ª escola de Samba do Brasil, a “Deixa Falar", marcando assim os 100 anos de gravação oficial do 1º samba. A sessão especial aconteceu no dia 6 de fevereiro, e contou com a presença de duas netas do compositor Ernesto dos Santos, o popular Donga, que gravou o samba “Pelo Telefone”, considerado pelos historiadores como marco da história do gênero no país. Marcia Zaíra dos Santos Pimentel representou a sua mãe, historiadora e museóloga, dona Lygia, filha do compositor e Sonia Regina representou Vó Maria, viúva de Donga falecida em 2005. As duas foram uma das 19 personalidades homenageadas com o troféu Ismael Silva e o Diploma Vereador Carlos Alberto Magaldi pelo trabalho que desenvolvem na preservação da memória e divulgação do popular gênero musical.
Diretores de bateria das escolas de Niterói
Foram convidados a compor a mesa da plenária pelo presidente da Câmara, Paulo Bagueira, o jornalista Mário Dias, editor do CASA DA GENTE, o presidente do Clube Canto do Rio, Rodney Melo, o ex-deputado estadual, Silvio Lessa, o vereador Alberto Iecin, Betinho, o presidente da UESBCN, André Nogueira, Leandro Magaldi, filho do ex-vereador Carlos Magaldi, além do ex-vereador Renatão do Quilombo. Pelo terceiro ano consecutivo o evento foi animado pelo grupo Linha de Frente. 
Mesa que presidiu a plenária
“Foi uma noite memorável onde a alegria e descontração reinou. Mas a emoção se fez presente, principalmente na lembrança de dois homens que foram muito importantes para o carnaval de Niterói. O vereador Magaldi e o fundador da Cubango, Ney Ferreira. A Câmara agradece a todos que participaram com o seu talento para fazer essa noite memorável”, disse o presidente da Câmara de Niterói, vereador Paulo Bagueira.
A solenidade também contou com discursos sobre a importância do carnaval de Niterói e um maior apoio aos artistas da cidade. O jornalista Jourdan Amora lembrou que desde a década de 70 defende a construção de um sambódromo em Niterói “Antes de Brizola construir o sambódromo do Rio, fazíamos campanha para que a cidade tenha um local apropriado para as escolas desfilarem”, disse.
Plenaria lotada
Já Marquinhos Diniz, filho portelense, Monarco e que adotou Niterói para morar há mais de 20 anos, foi também um dos homenageados e destacou a resistência do samba na cidade. “Enquanto muitos municípios do Brasil, principalmente no Estado do Rio, em 2017 não farão carnaval, alegando crise, Niterói mostra que o verdadeiro carnaval é aquele criado por Ismael Silva, na rua, o do autêntico folião”, finalizou.
Monica Mac recebe troféu de Leandro Magaldi
Andrea Beat e o Trio Pandeiro de Ouro, os irmãos Pizzoti e Jorginho do Império; as cantoras Monica Mac, Tânia Malheiros e Maryza Alfaia complementaram a lista de artistas homenageados. A família de Ney Ferreira, através do seu filho Thiago, recebeu também o troféu Ismael Silva, além do o produtor musical Léo Pacheco. O presidente Paulo Bagueira homenageou, ainda, o presidente da Liesa (Liga das Escolas de Samba do Rio de Janeiro), Jorge Castanheira.

Tania Malheiros, acompanhada por Marcia Zaíra e Sonia Regina
Marysa Alfaia 
A Ala dos Compositores da Mangueira recebeu a homenagem por iniciativa do vereador Paulo Eduardo Gomes. A União das Escolas de Samba e Blocos Carnavalescos de Niterói (UESBCN) entregou o Diploma Ney Ferreira aos dirigentes e mestres de bateria das escolas de Niterói. O evento terminou com uma roda de samba puxada pelo cantor Jorginho do Império, filho de Mano Décio da Viola e por integrantes da Ala dos Compositores da Estação Primeira da Mangueira.
Emoção: família de Ney Ferreira, fundador da Cubango, em homenagem póstuma


PARCEIROS DA CULTURA
Jerônimo, do Ponto Jovem
Na mesma ocasião, foram homenageados e muito aplaudidos os empresários Jerônimo Sousa, do Ponto Jovem; Paulo Oliveira, o popular Paulo Tenente, e Mario Martins, do Caneco Gelado, pelo incentivo na criação de blocos e atividades carnavalescas em Niterói.
Mario do Caneco Gelado
Ex-proprietário do Chalé e atualmente do Ponto Jovem, na Zona Sul de Niterói, Jerônimo Sousa destaca-se pelo apoio à criação do Réveillon da praia de Icaraí, Bloco da Piranhas, Banda de Icaraí e vários eventos. "Sou um português que desde 1967 adotei o Brasil também como minha pátria, serei sempre parceiro das boas coisas na minha cidade", disse Jerônimo, que estava acompanhado de uma de suas filhas.
Já o Caneco Gelado do Mario, no Centro de Niterói, segue como reduto de produtores, prefeitos e diversos seguimentos, tratando de recreativismo.  "O Mario Caneco, há mais de 40 anos é uma casa aberta ao povo, sempre incentivando a cultura", declarou Mario Martins, que estava acompanhado da esposa.
Paulo Tenente
 Paulo Tenente comanda o Estaleiro Equipemar, e  presidiu aos 20 anos a escola de samba Leão de Iguaçu. Ele também já foi diretor de carnaval da Beija-Flor de Nilópolis,  integrando e apoiando atualmente da Unidos do Viradouro, onde sua filha "Dandara" já foi rainha de bateria e hoje se integra a diretoria. O empresário declarou emocionado: “Vocês todos são minha grande família, sou um lutador, trabalhando com irmãos e faço questão de registrar, sou amante do samba”.


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