Mangueira
conquista o campeonato com a trajetória artística e de fé de Maria
Bethânia
Íris Marini e Luana Dias
O encontro entre a novidade e a tradição foi a fórmula da
Mangueira para surpreender e conquistar o campeonato do Carnaval 2016. Com o
jovem carnavalesco Leandro Vieira, estreante no Grupo Especial, a verde-e-rosa
festejou os 50 anos de carreira de Maria Bethânia. Na força do surdo um da
bateria e do samba-enredo interpretado por Ciganerey - que assumiu o carro de
som após o falecimento de Luizito - a escola fez uma passagem marcante, arrebatando
o título.
“Todas as vezes que trouxemos enredos de artistas
importantes para a nossa cultura nós vencemos. A gente se esforçou para sermos
campeões e, independente disso, é sempre uma emoção muito grande desfilar pela
Mangueira”, disse o músico Nelson Sargento.
O lado religioso da cantora foi traduzido em diversas alas e
carros, a começar pela Comissão de Frente “A Mãe do Entardecer – O Balé das
Guerreiras de Oyá”, do coreógrafo Junior Scapin. Eram 15 bailarinas negras, com
um figurino que deixava os seios à mostra através de uma vestimenta
transparente, que vinham como guerreiras Oyá – orixá relacionada à sensualidade
e à valentia.
Tijuca,
Portela, Salgueiro, Beija Flor e Imperatriz também voltaram nas campeãs
Com uma disputa décimo a décimo até os dois últimos quesitos
- Bateria e Alegorias e Adereços - outras três escolas chegaram a sonhar com o
campeonato: Unidos da Tijuca, Salgueiro e Portela.
Com desfile impecável tecnicamente, a Unidos da Tijuca
conquistou o vice-campeonato. Dona de uma das passagens mais emocionantes da
avenida, a Portela - que pela primeira vez desfilava sob a batuta do
carnavalesco Paulo Barros - ficou com o 3º lugar, seguida do Salgueiro e da sua
"Ópera de Malandros", em 4º lugar. Campeã no ano de 2015, a
Beija-Flor amargou um quinto lugar, com Laíla - diretor de carnaval da
agremiação de Nilópolis - denunciando um esquema entre jurados para prejudicar
a escola.
O processo está em fase de investigação. A história de vida da dupla
sertaneja Zezé Di Camargo e Luciano, contada com a ajuda do belo samba-enredo
concebido por Zé Katimba - trouxe a sexta colocação para a Imperatriz
Leopoldinense.
Nenhum comentário:
Postar um comentário